A liderança se destaca no mundo empresarial porque é a principal competência requerida para não ser expulso dos mercados globalizados, continuar competitivo e ter lucro perenemente. Mas a ela não têm sido oferecidas condições efetivas de desenvolvimento! Isso pode ser percebido no estudo de Miguel Vizioli, profissional de Recursos Humanos há mais de 30 anos, realizado com 5 mil líderes “top” que trabalham em 200 empresas de grande porte. Ele chegou à conclusão que, entre as nove competências habitualmente avaliadas em programas de assessment, a liderança aparece em último lugar e sequer obtém a metade da nota máxima nas escalas de avaliação.
Esse cenário mereceu de minha parte e do pesquisador citado uma análise profunda. Por que a liderança resiste à corte que lhe fazem empresários comprometidos e profissionais supostamente bem preparados? Ou, quando parece ter sido capturada, ela se esgueira? Após estudos, descobrimos que o temperamento impede o melhor desenvolvimento da liderança entre líderes.
Sim, temperamento, sinônimo de gênio, que pronunciamos sem atentar para a abrangência de seu conceito. Temperamento, já sabiam os filósofos gregos, é a espinha dorsal da personalidade. Os primeiros estudos sérios sobre o assunto, iniciados no século V a.C. pelo médico grego Hipócrates e desenvolvidos até a época atual, mostram que os temperamentos sempre foram quatro, e universalmente encontrados.
A filosofia de administração moderna e o foco em resultados, centrados no Q.I. (quociente intelectual) e com destaque para raciocínio lógico, criaram ambientes de trabalho apropriados para pessoas com tais características, negligenciando as que apresentam melhor desenvolvimento em Q.E. (quociente emocional) e também em Q.S. (quociente espiritual), recentemente identificado pela física e acadêmica norte-americana Dana Zohar.
Nas organizações é fácil perceber quais têm sido as escolhas da área de seleção e quem é preferido para cargos de chefia. Conforme pesquisa citada, constata-se alta incidência (mais de 50%) de líderes que apresentam o mesmo temperamento. Este se caracteriza por ter alto foco em resultados – o que é bom – mas falha por ter visão de curto prazo e pouco foco em pessoas. Percebe-se um enorme paradoxo entre a realidade das competências encontradas nas empresas e aquelas buscadas em seus líderes.
Hoje, fala-se muito em líder inspirador e motivador, que saiba comunicar-se em via de mão dupla. Pessoas com altos Q.E. e Q.S., mais habilitadas para lidar com a diversidade humana e promover desenvolvimento, harmonia e cooperação em trabalhos de equipes, vêm, há décadas, sendo sistematicamente alijadas de cargos de liderança. É por isso que as coisas não mudam!
Mas, nem tudo está perdido! Há uma metodologia, sugerida no livro “Liderança - a força do temperamento”, que se chama 3 As: Autoconhecimento, Aprendizagem e Acompanhamento. Primeiramente, o líder precisa se conhecer e perceber questões que são suas, muitas vezes inconscientes, e que o impelem a desenvolver comportamentos adequados e inadequados. Para isso, há ferramentas eficientes que detectam o perfil, os pontos fortes e fracos. Ele também precisa aprender continuamente para que o autoconhecimento se transforme em ação. Tanto o autoconhecimento quanto a aprendizagem requerem acompanhamento de um coach, preferencialmente externo à empresa. A imparcialidade e a expertise do coach no uso desse método asseguram o sucesso final da metodologia.
Esse cenário mereceu de minha parte e do pesquisador citado uma análise profunda. Por que a liderança resiste à corte que lhe fazem empresários comprometidos e profissionais supostamente bem preparados? Ou, quando parece ter sido capturada, ela se esgueira? Após estudos, descobrimos que o temperamento impede o melhor desenvolvimento da liderança entre líderes.
Sim, temperamento, sinônimo de gênio, que pronunciamos sem atentar para a abrangência de seu conceito. Temperamento, já sabiam os filósofos gregos, é a espinha dorsal da personalidade. Os primeiros estudos sérios sobre o assunto, iniciados no século V a.C. pelo médico grego Hipócrates e desenvolvidos até a época atual, mostram que os temperamentos sempre foram quatro, e universalmente encontrados.
A filosofia de administração moderna e o foco em resultados, centrados no Q.I. (quociente intelectual) e com destaque para raciocínio lógico, criaram ambientes de trabalho apropriados para pessoas com tais características, negligenciando as que apresentam melhor desenvolvimento em Q.E. (quociente emocional) e também em Q.S. (quociente espiritual), recentemente identificado pela física e acadêmica norte-americana Dana Zohar.
Nas organizações é fácil perceber quais têm sido as escolhas da área de seleção e quem é preferido para cargos de chefia. Conforme pesquisa citada, constata-se alta incidência (mais de 50%) de líderes que apresentam o mesmo temperamento. Este se caracteriza por ter alto foco em resultados – o que é bom – mas falha por ter visão de curto prazo e pouco foco em pessoas. Percebe-se um enorme paradoxo entre a realidade das competências encontradas nas empresas e aquelas buscadas em seus líderes.
Hoje, fala-se muito em líder inspirador e motivador, que saiba comunicar-se em via de mão dupla. Pessoas com altos Q.E. e Q.S., mais habilitadas para lidar com a diversidade humana e promover desenvolvimento, harmonia e cooperação em trabalhos de equipes, vêm, há décadas, sendo sistematicamente alijadas de cargos de liderança. É por isso que as coisas não mudam!
Mas, nem tudo está perdido! Há uma metodologia, sugerida no livro “Liderança - a força do temperamento”, que se chama 3 As: Autoconhecimento, Aprendizagem e Acompanhamento. Primeiramente, o líder precisa se conhecer e perceber questões que são suas, muitas vezes inconscientes, e que o impelem a desenvolver comportamentos adequados e inadequados. Para isso, há ferramentas eficientes que detectam o perfil, os pontos fortes e fracos. Ele também precisa aprender continuamente para que o autoconhecimento se transforme em ação. Tanto o autoconhecimento quanto a aprendizagem requerem acompanhamento de um coach, preferencialmente externo à empresa. A imparcialidade e a expertise do coach no uso desse método asseguram o sucesso final da metodologia.
Texto de Maria da Luz Calegari, consultora de carreiras e de empresas para as áreas de comunicação e educação corporativa. Pesquisadora de temperamentos e tipos psicológicos desde o início dos anos 90. Autora, junto com Miguel Vizioli, de Liderança – a força do temperamento (Ed. Pearson).(revista profissão mestre)