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MARAVILHOSA, Rio de Janeiro, Brazil
Diante de tanta contradição da vida, aprendi que devo ter alto astral acima de qualquer coisa!Eu nunca imaginei que seria pedagoga. Não me preparei para isso. Ela chegou sem que eu preparasse o seu caminho e por isso fiquei tão apaixonada. Essa é para mim a profissão mais linda e digna que existe... Sem sonharmos e idealizarmos algo melhor, nunca poderemos alcançar um diferencial.Essa é minha ideologia e não posso deixar que apaguem por não acreditarem que existe solução para a educação do nosso país,"Não,podemos viver sem ideologias, ter sucesso sem acreditar em valores fortes, concretos,lutar por nossos objetivos sem acreditar que eles serão alcançados,almejar uma vida de realizações soterrando nossas verdadeiras crenças.Tenha suas ideologias muito bem definidas e paute sua vida sobre elas. Não tenha medo do que os outros vão pensar se você está realmente convicto no que acredita ser o certo,não tenha medo de fracassar embasado nelas, aprenda que neste mundo nada é absolutamente ruim ou bom e que sempre,terá que defender suas escolhas e pagar por elas." Eu estou consciente pela escolha que fiz na minha vida profissional,e você?

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Este espaço é algo criado por mim para dividir, com todos que, assim como eu, adoram de fato o que fazem dentro da educação, um pouco do que pesquiso na internet e também do que tenho de material voltado à esta área que de fato sou louca de paixão.

Peço desculpas pela demora em atualizar os conteúdos.

No mais, a todos que visitam este blog, espero que até o momento tudo que há de conteúdo esteja sendo agradável.

Com carinho,

Lu Moraes
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“Ninguém começa a ser educador numa certa terça-feira às quatro horas da tarde. Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão sobre a prática”

(Paulo Freire, em “A educação na cidade”)

“Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se encantar com a colheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes" Gabriel Chalita

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Eu fico com a pureza da resposta das crianças: a vida é bonita.
Viver e não ter a vergonha de ser feliz.
Cantar e... cantar e ...cantar a eterna beleza de ser aprendiz.
Eu sei que a vida devia ser bem melhor. E será.
Mas issoo impede que eu repita: é bonita, é bonita, é bonita!
(Gonzaguinha).

"Há os que adquirem conhecimento pelo valor do conhecimento - e isto é vaidade de baixo nível. Mas há os que desejam tê-lo para edificar outros - e isto é amor. E há outros que o desejam para que eles mesmos sejam edificados - e isto é sabedoria." - (Bernardo de Claraval)
"Todas as postagens que não são de minha autoria é dado o devido crédito e citado a fonte, até porque quando se copia algo de alguem a intenção não é fazer plágio, e sim divulgar as informações para um maior número de pessoas favorecendo assim o conhecimento."
Lucia Araújo/cc: Luciana Moraes

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

AUTISMO - PERGUNTAS E RESPOSTAS

Bem, como á foi dito algumas vezes, estou fazendo pós em psicopedagogia e abordamos inúmeras síndromes e transtornos, mas o mais visto e falado é o autismo e como em meu trabalho de conclusão devo fazer uma abordagem sobre eles, resolvi através das minhas pesquisas sobre o assunto,  postar informações que obtive através de um site muito legal que descobri através de pesquisas.

Como professores e educadores (para mim há diferença entre ambos), temos a obrigação de estarmos informados sobre qualquer tipo de síndrome ou transtorno, pois todas as escolas tem perante a lei que aceitar e receber muito bem todos os tipo de alunos, seja autista, cadeirante, down entre outros. 

Respostas às perguntas que os familiares da pessoa autista precisam ter na ponta da língua

E. Christian Gauderer

   O que é autismo?
   
Autismo é uma doença grave, crônica, incapacitante que compromete o desenvolvimento normal de uma criança e se manifesta tipicamente antes do terceiro ano de vida. Caracteriza-se por lesar e diminuir o ritmo do desenvolvimento psiconeurológico, social e lingüístico. Estas crianças também apresentam reações anormais a sensações diversas como ouvir, ver, tocar, sentir, equilibrar e degustar. 

A linguagem é atrasada ou não se manifesta. Relacionam-se com pessoas, objetos ou eventos de uma maneira não usual, tudo levando a crer que haja um comprometimento orgânico do Sistema Nervoso Central.

    É uma doença de fundo orgânico ou emocional?

  Antigamente, supunha-se uma causa orgânica, mas com o avanço da literatura psicanalítica surgiu a hipótese de que os pais seriam, de certa maneira, os causadores desta problemática. Atualmente, esta teoria caiu totalmente em desuso devido à enorme gama de estudos científicos, documentando um comprometimento orgânico neurológico central. O tratamento está, obviamente, centrado nestas novas descobertas, conforme os artigos incluídos neste livro.
 
   Esta mudança nos conceitos obriga a uma reformulação teórica, difícil de ser aceita por certos grupos que até então detinham o controle e o poder de tratamento destas crianças e que se vêem ameaçados com estas novas descobertas. É importante que os pais tenham conhecimentos atualizados para poderem questionar ou escolher o tratamento adequado para seus filhos.

   E os pais têm culpa?

   Antigamente, a literatura psicanalítica formulava a hipótese de que os pais eram "esquizofrenogênicos" ou do tipo "frio" e causadores da problemática de seus filhos. Hoje em dia, este conceito não é aceito, documentando-se nestas crianças, conforme já foi mencionado, um comprometimento orgânico-neurológico central. É claro que nenhum pai quer por vontade própria ter um filho doente ou lesado. É claro, também, que existem situações onde os pais interferem na evolução adequada dos filhos, mas isto não ocorre no Autismo e o diagnóstico diferencial é bastante fácil.

   Por que o atraso do desenvolvimento?

   Não se sabe exatamente todas as causas que levam ao Autismo, conseqüentemente não se consegue explicar corretamente o porquê do atraso do desenvolvimento. Sabe-se, porém, que ele é devido a um comprometimento neurológico central, com alterações no funcionamento de enzimas que levam as células cerebrais a não funcionarem adequadamente, acarretando, quando comprometidas, problemas diversos. Muitas pesquisas têm sido feitas nesta área e descobertas importantes estão vindo à tona, para exatamente melhorar e acelerar este atraso de desenvolvimento.

   As crianças com autismo têm atraso mental?

   Infelizmente, cerca de 70 a 80% apresentam uma defasagem intelectual importante. Cerca de 60% têm inteligência abaixo de 50 em testagens de QI, 20% apresentam um QI entre 50-70 e apenas 20% têm um QI acima de 70. A maioria mostra uma variação muito grande com relação ao que objetivamente podem fazer e oscilam muito de época para época. Não se sabe explicar exatamente o porquê da associação entre Autismo e deficiência mental, mas parece que o retardo mental está relacionado ao mesmo problema básico que gerou o Autismo. Por outro lado, por não conseguirem interagir adequadamente com o meio ambiente, aumentam ainda mais a sua defasagem intelectual.

   Qual a incidência desta doença?

   Ela é baixa, acontecendo em cinco entre dez mil crianças e é quatro vezes mais comum em meninos do que em meninas. Ela pode ocorrer em toda e qualquer família, independente de seu grupo racial, étnico, sócio-econômico ou cultural.

   Como é a abordagem escolar?
  
 Com o advento de técnicas especiais de educação para o deficiente mental, ocorreram mudanças dramáticas na capacidade de aprendizado de crianças em geral e, em particular, das crianças com deficiência mental. O enfoque atual é fazer com que estas crianças aprendam conceitos básicos para que funcionem o melhor possível dentro da sociedade. As escolas especializadas, atualmente, individualizam o tratamento para cada criança, tornando assim o aprendizado bem mais específico e eficiente.

   Os autistas precisam de psicoterapia ou psicanálise?

   De psicanálise não, uma vez que esta técnica visa a explorar o inconsciente e as motivações que aí ocorrem. Devido ao grau de lesão que apresentam, elas não se beneficiam desta abordagem, não dispondo de capacidade cognitiva para tal. Técnicas psicoterapêuticas, especialmente desenvolvidas para o deficiente mental, têm sido muito úteis para as crianças que apresentam problemas emocionais diversos. Esta abordagem visa a uma reeducação, facilitando o contato interpessoal e ajudando-as a aceitar melhor a problemática que têm, o que as levará a funcionar mais adequadamente dentro da mesma. É importante, porém, deixar bem claro que estas técnicas só funcionam quando o profissional tem treinamento específico nas mesmas e se sente motivado a ajudar. Além disto, o funcionamento intelectual cognitivo específico destas crianças tem que ser levado em consideração para se dimensionar adequadamente a terapia.

   Existe tratamento?

   Sim, e este vem evoluindo a cada ano que passa, não só na área escolar como também médica. Em linhas gerais, a abordagem destas crianças é semelhante à do deficiente mental grave, usando-se técnicas comportamentais visando a induzir uma normalização de seu desenvolvimento e lhes ensinando noções básicas de funcionamento, tais como vestir, comer, higiene etc. São utilizadas, também, técnicas especiais de educação detalhadas em grande profundidade neste livro. O uso de medicamentos, tentando normalizar processos básicos comprometidos, está sendo investigado, como é o caso da fenfluramine. O uso de medicação sintomática, para tentar controlar melhor o comportamento destas crianças, tornando-as mais fáceis de tratar com técnicas escolares e comportamentais, está muito desenvolvido. O resultado final é muito mais favorável, atualmente, do que há algum tempo atrás.

   E os pais precisam de psicoterapia, psicanálise ou orientação?

   Os pais que têm filhos com problemas sofrem. Isto é inevitável e sem exceção. E sofrem tanto mais quanto maior for a problemática do filho, a dificuldade de tratamento, a cronicidade do processo e também quanto maior for o seu nível de sensibilidade. Este sofrimento precisa ser abordado não só por razões humanitárias, mas, também, para que funcionem melhor como pais de filhos com problemas. 

Em outras palavras, esta criança precisa de ajuda de toda e qualquer ajuda e pais que tenham conseguido melhorar o seu funcionamento poderão fazê-lo muito mais eficientemente. Se isto não ocorrer, esta criança deficiente terá pais lhe dificultando ainda mais a vida.
 
   Em resumo, esta criança tem direito a pais saudáveis!!!
   Uma terapia ajuda neste sentido.

   O que o psicoterapeuta faz ou pode fazer pelos pais?

   O profissional ajuda os pais a compreenderem, discutirem, entenderem, além de trazer à tona sentimentos universalmente presentes em todos aqueles que têm filhos com problemas, ou seja, negação, culpa, frustração, impotência, ressentimento, raiva, rejeição, além de fantasias diversas. Ele ajuda a "trabalhar" estes sentimentos levando a uma aceitação dos mesmos como algo normal e com isto desenvolve-se uma sensação de alívio e de compreensão. Em resumo, de normalidade.

   Somente um psicoterapeuta pode fazer este trabalho?

   É claro que não. Uma pessoa realmente amiga, pais que já passaram por algo parecido, uma professora com vivência do problema, uma pessoa religiosa, por exemplo, podem ajudar e muito.
 
   O importante é existir neste "ombro amigo" carinho, compreensão e a capacidade de aceitar o sofrimento destes pais, de lhes orientar objetivamente sem críticas pejorativas ou jogo de culpa. A diferença destas pessoas para com o profissional é que este foi treinado para isto.

   Qual a diferença entre uma psicoterapia, psicanálise e orientação?

   Em linhas gerais, todas são técnicas que visam a ajudar um indivíduo, cada uma tendo as suas vantagens e limitações. Existem formas diversas de psicoterapias com "linhas" ou "escolas" diferentes, sendo a psicanalítica a mais divulgada e predominante no nosso meio. Poderíamos situar a psicanálise e a orientação em extremos opostos.    

A psicanálise, resumidamente, exige que todo o trabalho seja feito pelo paciente, que ele desenvolva uma capacidade de introspecção e auto-análise e que ele conduza a sua terapia trazendo temas e problemas. Já a orientação é direta e objetiva, visando, especificamente, aos problemas dos pais, "orientando-os" no manejo do dia-a-dia do filho, ensinando-lhes como lidar com situações variadas. 

Em resumo, de um lado a descoberta por si só, de outro o ensino, utilizando-se as mais diversas psicoterapias. O ideal seria que o terapeuta conhecesse e soubesse usar todas as técnicas ajudando, assim, mais abrangentemente o seu cliente. Em outras palavras, em vez de vender roupas prontas nas quais o freguês talvez não caiba, o bom seria o terapeuta ser um alfaiate que pudesse desenvolver uma terapia "sob medida", pois "cada caso é um caso" e apesar de semelhanças e generalidades o ser humano é único e exclusivo. O tratamento também deve ser assim.

   Do ponto de vista medicamentoso o que existe de objetivo para tratar os autistas?

   Infelizmente, ainda não existe nenhum medicamento específico para tratá-los, mas pesquisas diversas têm trazido resultados encorajadores como é o caso da fenfluramine, droga que interfere diminuindo o nível de serotonina, um neurotransmissor cerebral. Se ela se mostrar realmente eficaz, será o primeiro tratamento neurofarmacológico específico nesta entidade. Existem outros medicamentos não específicos, como os antipsicóticos ou tranqüilizantes maiores, como a thioridazine (Melleril), clorpromazina (Amplictil), halloperidol (Haldol), que atuam controlando certos sintomas de auto-agressão, acessos de raiva descontrolado e tornando a criança mais calma e manejável. Isto aumenta, indiretamente, o seu potencial de aprender e se desenvolver.

   Não existe a possibilidade destas medicações sedarem ou doparem a criança?

   Sim, se forem usadas excessivamente ou em doses altas demais, ou seja, inadequadamente. 

Conforme já foi dito, o uso de uma medicação do tipo "tranqüilizante maior" visa a exclusivamente controlar um certo comportamento como a agressividade, tornando a criança mais fácil de ser tratada por outras técnicas. A dosagem deve ser suficientemente alta para conter este comportamento e ao mesmo tempo baixa evitando a sedação, pois estando dopadas não se beneficiarão destas novas técnicas.

   Qual a maneira adequada de utilizar certas medicações?

   Os termos medicamentos "antipsicóticos" ou "tranqüilizantes maiores" são sinônimos. Os bons resultados dependem muito mais de quem os usa do que do tipo ou marca utilizada. O mais usado nos grandes centros é a thioridazine (Melleril) que no nosso meio vem apenas em comprimidos de 50 mg. 

Usa-se um a dois comprimidos por dia, inicialmente, observando-se a resposta terapêutica. Se não ocorrerem melhoras, aumenta-se a dosagem gradualmente de 50 mg de dois em dois ou três em três dias, podendo-se chegar a 400 mg por dia em uma criança de quatro a seis anos. Obviamente se tentará evitar, conforme já foi citado, efeitos colaterais desagradáveis, como sedação excessiva. É importante, também, ressaltar que a utilização de uma dosagem baixa sem os efeitos terapêuticos desejados é fútil, pois o paciente estará sujeito aos efeitos colaterais da medicação sem se beneficiar da mesma. De tempos em tempos, cerca de seis em seis meses, a redução da dosagem deve ser tentada, verificando-se a possibilidade de continuar o tratamento sem a utilização de medicamentos. Em outras palavras, quando utilizar uma medicação isto deve ser feito corretamente. Outra observação importante é o uso concomitante de outras abordagens ou técnicas que, se usadas adequadamente, tornarão a medicação mais eficiente.

   O que os pais podem fazer de objetivo para ajudar o seu filho ou a si próprios?

   Inicialmente, apesar de todo o sofrimento emocional, eles devem encarar e enfrentar o problema de frente. Como?    Procurando ajuda profissional especializada, competente, atualizada e séria. Como eles podem avaliar isto?    Perguntando, solicitando informações de outros e, obviamente, também do profissional. Em outras palavras, nada de cerimônias. Está em jogo o tratamento do seu filho. Além disto, devem estar em contato com outros pais para troca de experiências e vivências e com isto evitar a repetição de dificuldades, erros ou problemas. A criação de uma Associação de Pais e Amigos de Crianças Autistas tem surtido bons efeitos em outros países, e à semelhança da APAE (Associação de Pais e Amigos do Excepcional), pois permite que se permute conhecimentos, pesquisas e avanços nesta área. É crucial uma informação adequada dos pais sobre esta doença. Estas associações dão também uma sensação de coesão e meta, com isto se pode pressionar órgãos governamentais visando aos interesses destas crianças. Pode-se, também, levantar fundos junto a empresas e pessoas físicas para ajudar os menos favorecidos. A vantagem global da participação dos pais nestas atividades é que isto lhes dá a sensação de estar fazendo algo e não apenas esperando alguém fazer algo por eles. Isto lhes mitiga a sensação de impotência e inadequacidade. Também é importante a publicação de literatura específica e periódica, assim como o convite de especialistas para a troca de vivências e atualização.
    
Estas crianças são ou podem ser felizes?
 
   Todo ser humano tratado com carinho, amor e respeito sente-se querido e amado e, conseqüentemente, é feliz.    Estas crianças não são exceção. As dificuldades que têm causam certos empecilhos para obter carinho, amor e respeito, mas se o adulto souber redimensionar a sua escala de valores estas crianças se tornam tão queridas quanto qualquer outra e serão felizes. Os pais, por sua vez, passarão a vivenciar esta mesma sensação. O inverso também é verdadeiro. Pais saudáveis e bem equacionados, que souberam reavaliar expectativas e sonhos em relação ao filho, poderão ser felizes e com isto lhes transmitir esta sensação.
 
   Em resumo, pais de autistas podem ser bem ajustados, satisfeitos consigo, estar de bem com a vida e ensinar isto ao seu filho que lhes retribuirá esta sensação.

   Fonte: Gauderer, E. Christian. Autismo e outros atrasos do desenvolvimento: guia prático para pais e profissionais. Rio de Janeiro: Revinter; 1997. pg 327-330./autismo.com

AUTISMO - Etiologia


A etiologia do autismo ainda não foi definida. 

Não existe uma etiologia básica fundamental para todos os casos de autismo.

Estudos demonstram, indiscutivelmente, que fatores biológicos estão implicados na etiologia do transtorno autista, embora não tenha sido ainda identificado um marcador biológico específico.

Atualmente, sabe-se que o autismo não pode ser causado por fatores emocionais e/ ou psicológicos.

Estudos sugerem que não há um dano físico no Sistema Nervoso Central que desempenhe um papel primário na etiologia do autismo.

Os fatores genéticos aparecem substancialmente na etiologia do autismo.

Diversas linhas de investigação sugerem que determinantes ambientais também desempenham um papel na gênese do autismo.

As evidências apontam para a multicausalidade.

Descobertas recentes apontam a possibilidade de que o autismo possa ser causado por uma interação gene-ambiente.

fonte: autismo.com

Autismo - Definição

O autismo é um transtorno definido por alterações presentes antes dos três anos de idade e que se caracteriza por alterações qualitativas na comunicação, na interação social e no uso da imaginação.

DEFINIÇÃO DA AUTISM SOCIETY OF AMERICAN – ASA (1978)
   Autism Society of American = Associação Americana de Autismo.
   
O autismo é uma inadequacidade no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave por toda a vida. É incapacitante e aparece tipicamente nos três primeiros anos de vida. Acomete cerca de 20 entre cada 10 mil nascidos e é quatro vezes mais comum no sexo masculino do que no feminino. É encontrado em todo o mundo e em famílias de qualquer configuração racial, étnica e social. Não se conseguiu até agora provar qualquer causa psicológica no meio ambiente dessas crianças, que possa causar a doença.
   
Segundo a ASA, os sintomas são causados por disfunções físicas do cérebro, verificados pela anamnese ou presentes no exame ou entrevista com o indivíduo. Incluem:
   
1. Distúrbios no ritmo de aparecimentos de habilidades físicas, sociais e lingüísticas.
2. Reações anormais às sensações. As funções ou áreas mais afetadas são: visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de manter o corpo.
3. Fala e linguagem ausentes ou atrasadas. Certas áreas específicas do pensar, presentes ou não. Ritmo imaturo da fala, restrita compreensão de idéias. Uso de palavras sem associação com o significado.
4. Relacionamento anormal com os objetivos, eventos e pessoas. Respostas não apropriadas a adultos e crianças. Objetos e brinquedos não usados de maneira devida.
  
 Fonte: Gauderer, E. Christian. Autismo e outros atrasos do desenvolvimento: guia prático para pais e profissionais. Rio de Janeiro: Revinter; 1997. pg 3.
 
DEFINIÇÃO DO DSM-IV-TR (2002)
   O Transtorno Autista consiste na presença de um desenvolvimento comprometido ou acentuadamente anormal da interação social e da comunicação e um repertório muito restrito de atividades e interesses. As manifestações do transtorno variam imensamente, dependendo do nível de desenvolvimento e da idade cronológica do indivíduo.

   
DEFINIÇÃO DA CID-10 (2000)
   Autismo infantil: Transtorno global do desenvolvimento caracterizado por: a) um desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes da idade de três anos, e b) apresentando uma perturbação característica do funcionamento em cada um dos três domínios seguintes: interações sociais, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo. Além disso, o transtorno se acompanha comumente de numerosas outras manifestações inespecíficas, por exemplo: fobias, perturbações de sono ou da alimentação, crises de birra ou agressividade (auto-agressividade).
fonte: autismo.com

AUTISMO - Histórico


O termo autismo vem do grego “autós” que significa “de si mesmo”.

Em 1906, Plouller introduziu o termo autista na literatura psiquiátrica.

Mas foi Bleuler, em 1911, o primeiro a difundir o termo autismo para referir-se ao quadro de esquizofrenia, que consiste na limitação das relações humanas e com o mundo externo.
 
Em 1943, o psiquiatra americano Leo Kanner, que trabalhava em Baltimore, nos Estados Unidos, descreveu um grupo de onze casos clínicos de crianças em sua publicação intitulada “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo” (Autistic Disturbances of Affective Contact).

As crianças investigadas por Kanner apresentavam inabilidade para se relacionarem com outras pessoas e situações desde o início da vida (extremo isolamento), falha no uso da linguagem para comunicação e desejo obsessivo ansioso para a manutenção da mesmice.

Segundo Kanner, o autismo era causado por pais altamente intelectualizados, pessoas emocionalmente frias e com pouco interesse nas relações humanas da criança.

Em 1944, o pediatra austríaco Hans Asperger, em Viena, descreveu crianças que tinham dificuldades de integrar-se socialmente em grupos, denominando esta condição de “Psicopatia Autística” para transmitir a natureza estável do transtorno. Estas crianças exibiam um prejuízo social marcado, assemelhavam-se com as descritas por Kanner, porém tinham linguagem bem preservada e pareciam mais inteligentes. Entretanto, Asperger acreditava que elas eram diferentes das crianças com autismo na medida em que não eram tão perturbadas, demonstravam capacidades especiais, desenvolviam fala altamente gramatical em uma idade precoce, não apresentavam sintomas antes do terceiro ano de vida e tinham um bom prognóstico.

A publicação de Kanner ficou conhecida, enquanto que o artigo de Asperger, escrito em alemão, só foi transcrito para o inglês por Lorna Wing, em 1981.

O transtorno de Asperger se diferencia do autismo essencialmente pelo fato de que não se acompanha de retardo ou deficiência de linguagem ou do desenvolvimento cognitivo.

A diferença fundamental entre um indivíduo com autismo de alto funcionamento e um indivíduo com transtorno de Asperger é que o com autismo possui QI executivo maior que o verbal e atraso na aquisição da linguagem. Na prática clínica, a distinção fará pouca diferença, porque o tratamento é basicamente o mesmo.

É relevante salientar que algumas das especulações da publicação original de Kanner, como a frieza afetiva dos familiares (particularmente a da mãe), de a inteligência das crianças ser normal e de não haver presença de co-morbidade, com o tempo, mostraram-se incorretas.

Com a evolução das pesquisas científicas, concluiu-se que o autismo não é um distúrbio do contato afetivo, mas sim um distúrbio do desenvolvimento.

Em 1976, Lorna Wing relatou que os indivíduos com autismo apresentam déficits específicos em três áreas: imaginação, socialização e comunicação, o que ficou conhecido como “Tríade de Wing”.

fonte: autismo.com

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Qual o segredo da criatividade?

É possível uma criança ser mais criativa do que a outra? Os pais podem estimular o potencial dos filhos? Tudo o que você precisa saber e pensar a respeito do assunto para garantir um futuro ainda mais feliz para o seu filho.

Criatividade. 

Qual é a primeira coisa que vem à sua cabeça quando você pensa nessa palavra? Nós listamos algumas. Expressar-se da forma mais espontânea possível. Recriar algo ou inventar o que ainda não existe. Ter ideias fora do padrão. Brincar. Vestir-se do jeito que quiser, ler um livro de trás para frente. Realizar objetivos de uma forma diferente. Pensar o que não foi pensado. Ousar. Resolver problemas por caminhos não convencionais. Uma maneira de ser e viver. Tornar o imaginário algo real. Intuição, despudor da imaginação.

Quem aí não se pegou em imagens da própria infância? Liberdade boa aquela de fazer o que bem entende, de ficar perguntando o tempo todo. O prazer da ignorância, poderíamos dizer. E para onde foram esses sentimentos? Em que momento de nossas vidas esse sabor pelo novo escondeu-se em nós? 

Segundo os estudiosos, pode ter acontecido por volta dos 8 ou 9 anos de idade. É aí que passamos a entender como as coisas funcionam e nos chegam em formato de normas as noções do que é certo e errado. A criança começa a discernir melhor o que é e o que não é aceito pela sociedade. E passa a ter respostas prontas. 

“Na primeira infância, a criança é um pequeno cientista, tem sempre uma teoria para tudo. Se você perguntar como nasce uma estrela, ela terá uma explicação. 

Dos 8 anos, em diante, se fizer perguntas assim, ela já tem uma resposta: ‘Não sei’”, diz a educadora e socióloga Lourdes Atié. Essa fase é acompanhada da alfabetização, e isso não é coincidência. 

O desafio da nova etapa transforma o aprendizado em “coisa séria”. Antes, a criança brincava. Agora, precisa começar a estudar “de verdade”. E, sabe-se lá por que, alguém decidiu que estudo e brincadeira não podem caminhar juntos, como se um pudesse atrapalhar o outro.

O fato é que, quando nos tornamos adultos, nos deparamos com um retorno ao que nos foi priorizado na infância. Criatividade é pré-requisito em classificados de empregos, nos mais diversos setores. 

Encontros motivacionais em empresas colocam adultos para brincar. Livros sobre empreendedorismo nos convencem que romper com o convencional revela-se a única saída. “A ênfase exagerada na lógica inibe o processo criativo, porque a vida é cheia de ambiguidades. 

O sistema educacional é eficiente no desenvolvimento do pensamento concreto, mas não estimula o pensamento difuso. Pelo contrário, tenta eliminá-lo. 

Os testes de QI não medem o talento para música, pintura etc. Para o sistema, pensar é ter lógica”, escreve Fernando Dolabela em Quero Construir Minha História (Ed. Sextante), no capítulo dedicado à criatividade. O problema é que, ao entrar no mercado de trabalho, exige-se justamente capacidade criativa, sensibilidade e coragem de ousar. E não é só na vida profissional. Quantas vezes precisamos de soluções criativas na nossa vida pessoal? 

Por tudo isso, aproveite a infância do seu filho, ainda dá tempo de fazer algo por ela! Primeiro passo: não dá para ser criativo sem liberdade para pensar diferente. Se você, desde que seu filho for bebê, construir em volta dele um universo somente voltado ao que pode e não pode, ou impedir que ele faça descobertas sozinho, já começa a minar esse potencial. 

Começa cedo, nos primeiros cuidados. As caras e caretas que fazemos, o toque, os jeitos de se expressar, os tons de voz, tudo é referência. “Cada gesto que o bebê tenta imitar é músculo em movimento. É o bebê aprendendo a se expressar”, diz a educadora Vânia Cavallari, especialista em psicomotricidade. 

O mesmo acontece com a criatividade. Segundo a neuroeducação, tudo que aprendemos fica registrado em nossas células. Isso vale, então, para os estímulos, seja qual for a natureza, os bons e os ruins.

 E TODOS SOMOS CRIATIVOS?

Sim. Nascemos com o potencial. Porém, note a regra de ninguém menos que Walt Disney: “A criatividade é como ginástica: precisa exercitar”. Se em algum momento de nossas vidas esse “músculo” parar de ser estimulado, vai enrijecer. “Pode ser em quaisquer áreas que envolvam inteligência, adaptação, aprendizado, problemas a serem resolvidos. 

Criar não é só deixar fluir sentimentos, é também dar forma, realizar objetivos de maneiras diferentes”, diz a neuropediatra Lara Antunes dos Santos, coordenadora do Ambulatório de Desvios da Aprendizagem da Unesp de Botucatu (SP). Ou seja, criativa não é só aquela pessoa que faz desenhos incríveis, toca um instrumento musical ou inventa histórias divertidas. Mas também aquele avô que conserta tudo em casa, o motorista que tem sempre um caminho alternativo ao engarrafamento. É o que se dá conta do problema, elabora uma solução de um jeito novo, e realiza a empreitada. 

E também não basta só ter uma porção de ideias. Criativo é aquele que tem um “insight” e consegue colocá-lo em prática. Temos que sempre estimular a criança – e dar tempo – para que ela conclua o que está fazendo.

 Anna Marie Holm é uma educadora dinamarquesa que desenvolveu um grande trabalho com arte e bebês. Resultou no livro Baby-Art – Os Primeiros Passos com a Arte, lançado aqui em parceria com o Museu de Arte Moderna (MAM), de São Paulo. 

Em uma das atividades, ela deu pincel e tinta vermelha a Milan, um bebê de 9 meses. No colo da mãe e de frente para a vidraça de uma janela ele passou a pintar traços no vidro, o que era de se esperar de qualquer bebê. Nessa idade, o que não falta é vontade de experimentar e, aconchegado na mãe, ele se sentiu seguro para se expressar livremente. 

Parece simples, mas esse é o primeiro passo para desenhos mais elaborados que ele fará com o passar dos anos. Importante também, destaca Anna, é que sua mãe não tinha grandes expectativas. “Quando se cria é preciso fugir da necessidade de ser bem-sucedido o tempo todo”, escreve a autora.

Em Ituverava, interior de São Paulo, há quase 50 anos morava um menino que, com 1 ano e meio, falava sem parar. O vocabulário amplo o permitia já tão cedo contar histórias. Anos depois, criava personagens e enredos impressionantes brincando de teatro de fantoche. Quase na adolescência, produzia histórias em quadrinhos com a turma de amigos. Seus pais sempre lhe deram espaço e tempo para criar. 

Essa criança se tornou hoje o bem-sucedido jornalista Marcelo Tas, apresentador do programa CQC e colunista de CRESCER. “Tudo o que ele sabe aprendeu sozinho”, conta Shirlei Terezinha Tristão Athayde de Souza, a mãe coruja. Eis a matemática de Tas: habilidade com as palavras + apoio dos pais + vontade de conseguir algo + bolar um jeito diferente de pensar e inovar = um dos mais importantes comunicadores do Brasil. 

Esse “poder fazer” casa com uma teoria do psicólogo e jornalista norte-americano Daniel Goleman. 

Segundo ele, para desenvolver a criatividade, há quatro ferramentas essenciais: ter fé em si mesmo; ter ausência de julgamento (sim, aprender a silenciar aquela voz interior que nos censura); abrir-se ao mundo e observar tudo com a precisão de um cientista; e, a última, não ter vergonha de perguntar. 

Daí o papel dos pais na criatividade dos filhos ser essencial. Não só pelos recursos que pode prover. Mas simplesmente incentivando a criança a tentar. Veja que é bem mais do que dar tinta e pincel ou deixar pintar uma das paredes da casa. “Acontece em todas as situações em que seja possível estimular o pensamento divergente. Vai desde ‘o que vamos fazer hoje?’ ou ‘o que vamos cozinhar com esses ingredientes?’, até ideias para organizar um guarda-roupa (por cor, por tipo, o que for) ou para inventar brincadeiras”, diz a educadora e socióloga Lourdes Atié. 

 É HORA DE BRINCAR!

Quando o artista plástico Guto Lacaz tinha 10 anos pediu um instrumento propulsor de sua criatividade (que ele usa até hoje): um martelo. “Eu brincava de desmontar um monte de coisa, para ver como funcionava por dentro. Sempre tive muito espaço para as minhas ‘experiências’. Meu pai reservou um quarto para mim só para isso”, conta. 

A profissão de Alexandre Herchcovitch, estilista destaque no mundo todo, também começou em pique de brincadeira. A mãe dele, Regina, conta que foi em um dia de Carnaval que nasceu seu primeiro look surpreendente. “Era uma fantasia de mágico, com uma capa preta com gola e toda enfeitada de cartas de baralho. Fiquei impressionada como ele havia concluído a brincadeira de acordo com a ideia que teve.”

E olha quem apareceu aqui: o verbo brincar. É ele o segredo, porque faz tudo que a criatividade gosta e precisa. “Facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal e social, colabora para uma boa saúde mental, expressa impulsos e sentimentos, auxilia no desenvolvimento cognitivo, na capacidade de concentração e atenção”, diz a neuropediatra Danielle Roisin.

Quem continua brincando, continua sendo criativo. Eva Furnari, uma das mais importantes ilustradoras e escritoras de livros infantis no Brasil, é assim. A mestre do desenho, e da escrita “sem sentido”, nunca parou de se divertir com suas criações. 

Na infância, passava horas e horas desenhando. Adulta, descobriu que precisava associar à prática uma boa dose de disciplina, para dar conta da própria criatividade, ter foco e resultados. Uma coisa ela não abre mão: espontaneidade. E é isso que, segundo ela, não deve sair do dia a dia das crianças. Nada de estímulos demais – muitos brinquedos ou kits criativos com tantos acessórios, quase prontos.

Nos Estados Unidos, fala-se em “quociente de imaginação”. Dados do Mailman Segal Institute of Childhood Studies, na Flórida, mostram que o poder de imaginação de um indivíduo contaria mais no futuro acadêmico dele do que os tradicionais testes de aptidão, que apenas medem a inteligência. Até mesmo a Academia Americana de Pediatria anda fazendo campanha para os pais brincarem com os filhos e se concentrarem, inclusive, nos brinquedos antigos do que focar tanto nas novidades hi-tech (sim, só computador e games não valem!).

Recentemente, a Universidade de Washington, em Seattle (EUA), colocou os tradicionais blocos de montar no alvo de um estudo. Considerados os melhores quando o intuito é estimular a criatividade, eles foram distribuídos a famílias com crianças de 1 a 3 anos. Testes feitos seis meses depois apontaram que essas crianças aumentaram 15% o desenvolvimento de linguagem em relação às crianças que estavam fora da brincadeira. 

Por quê? Porque, quando você se dispõe a construir algo, precisa pensar a respeito com o que tem em mãos, sonhar um objetivo, imaginar como ficaria pronto, recomeçar sempre que preciso e finalizar o que planejou. Se precisar, vai ter que mudar de ideia, muitas e muitas vezes. Porque esse é o pensamento criativo: nada está pronto, nada é de uma maneira só. Muito menos a educação do seu filho, não? 


Por dentro do cérebro

De modo geral, o cérebro trabalha de forma conjunta e sincronizada para que se realize qualquer atividade criativa

FASE 1: PERCEPÇÃO
 
“Sentir” o problema ou desafio. Para isso, ativa-se as funções cerebrais relacionadas às tarefas perceptivas (associação de memórias e experiências anteriores) e à atenção.

FASE 2: TEORIZAÇÃO
 
Elabora o problema e converte-o em um modelo teórico. Entram aqui, por exemplo, as habilidades motora e tátil, noções de ritmo (sequência de ações em uma ordem de tempo), a memória imediata, o raciocínio matemático ou de leitura.

FASE 3: ENXERGAR A SOLUÇÃO
 
Momento dos “insights”, aquele “clique” que vem à mente não sabemos de onde.

FASE 4: FINALIZAR (SOZINHO OU EM EQUIPE)
 
Converter a ideia mental em prática. É onde se dá o tradicional “10% de inspiração e 90% de transpiração”. Entram em jogo a capacidade de planejamento da ação e habilidade motora para executar a ideia. 

Um baú de ideias

Brincadeiras para pôr a criatividade à prova!

0 A 18 MESES
• Brincar de “cadê, achou!”
• Fazer caretas, sons e imitar gestos
• Bater palmas
• Pegar e soltar objetos
• Ouvir música e dançar
• Encaixar blocos grandes

18 a 36 MESES
• Brincar de boneca
• Brincar com tinta
• Fazer construções com blocos
• Imitar cenas (como lavar o rosto e limpar o chão)
• Observar as formigas

3 a 6 ANOS
• Simular conversas ao telefone
• Inventar histórias e vestir fantasias
• Usar fantoches
• Brincar com miniaturas
• Desenhar e pintar com giz de cera e lápis de cor

A PARTIR DE 6 ANOS
• Inventar novas regras para os jogos
• Fazer coleções
• Realizar experiências científicas
• Construir com sucata
• Ler poesias
• Encenar uma história de um livro ou um filme
• Apostar corrida, jogar peteca, pular corda etc. 

Exageros que barram a criação

Elogiar demais
Dizer o tempo todo como uma criança é inteligente pode deixá-la muito autoconfiante. Ela vai acreditar que a habilidade é inata e não vai se esforçar quando não tiver um desempenho tão bom em determinada atividade.

Criticar os erros
Agir sem medo de errar é outra atitude natural da criança. Se você julgar sempre que ela fizer algo errado, ela pode se tornar insegura e perder a chance de criar coisas novas.

Inibir os porquês
Deixe a criança livre para perguntar, pois essa necessidade de questionar faz parte do aprendizado dela.

Superestimular
Seu filho não precisa de uma montanha de brinquedos ou de uma agenda cheia. Apresente uma coisa por vez para ele focar em algo.

Comparar com outras crianças
Enquanto o colega de escola (ou o irmão mais velho) é bom em matemática, seu filho pode desenhar muito bem. A criatividade pode estar em diferentes áreas. É uma questão de talento. 

Mostre interesse

Seja expondo os desenhos dele na divisória da mesa do trabalho, ou estimulando positivamente seus passos criativos, valorize o que seu filho faz. Ele precisa sempre saber que você está ali com ele. 

fonte: Crescer

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Tocando o céu - Jéssica Cox

Olá pessoas queridas,
Na minha pós começamos e encerramos as aulas com um vídeo.
Como não podia ser diferente estou postando mais um.
Espero que gostem!

CURSOS


Psicomotricidade - Módulo 1

Professores: Barbara B. Valle Otoni, fonoaudióloga, supervisora do Centro de Estimulação Precoce da Sociedade Pestalozzi do Estado do Rio de Janeiro. Fonoaudióloga, psicomotricista e diretora da clínica GERAR (grupo especializado em reabilitação e aprendizagem). Psicomotricista do Centro Educacional Estação Aprender, Instituto Maria Vinagre e Meu Sonho Educação Infantil. Professora da Pós-graduação da Faculdade Pestalozzi, módulo: Educação Psicomotora. Psicomotricista do Grupo Movimento e Educação Infantil.

Público Alvo: Professores de educação física, de música, recreadores, psicopedagogos e todos que estão diretamente ligados ao assunto e a todas as pessoas que necessitam utilizar esse serviço.

Objetivo: Esclarecer a função da psicomotricidade. Orientar as pessoas interessadas em trabalhar com a psicomotricidade.

Programa:

1 - A importância do movimento e do brincar na prática psicomotora;
2 - A Psicomotricidade,o Jogo e o Corpo da criança;
3 - Afetos possíveis no ambiente psicomotor;
4 - Entender a criança como Ser Psicomotor;
4 - O aspecto relacional da Psicomotricidade.
  1. Data de inicio: 02 de outubro.
  2. Horário: 09h às 17h
  3. Local:Auditório do Colégio Princesa Isabel Rua da Palmeiras, 65 - Botafogo Rio de Janeiro.
  4. Investimento: R$80,00
 
 

Jogos, Brinquedos e Educação

Com a professora: Luciana Martins – professora, jornalista, coordenadora educacional, especialista em alfabetização e avaliação educacional. Com mais de 15 anos de experiência na área de aquisição e desenvolvimento da leitura e da escrita.

Programa:

Módulo 1

• O que é brincar?
• Por que a criança precisa brincar?
• As brincadeiras na educação infantil.
Objetivos:
• Atualizar o conhecimento dos participantes na área de jogos, brinquedos e brincadeiras na educação.
• Discutir a importância do ato de brincar para desenvolvimento global do aluno.
• Sugerir jogos e brincadeiras como facilitadores na aquisição de determinados conceitos, competências e habilidades.

Módulo 2

• Movimento: equilíbrio e coordenação.
• O movimento.
• Equilíbrio.
• Coordenação motora.
• Avaliação do desenvolvimento da criança.
Objetivos:
• Propor princípios na organização de condições específicas para o aprendizado de habilidades motoras grossas e finas.
• Identificar formas de intervenção no processo de escolarização que atenda as diferenças individuais de comportamento motor;
• Identificar os componentes motores que afetam o processo de alfabetização.
• Desenvolver procedimentos para avaliação, acompanhamento e orientação docente referente ao desenvolvimento motor de crianças de educação infantil e ensino fundamental.

Módulo 3

• A história da matemática • Educação matemática: tradição X construção
• O papel da matemática na educação
• A importância do jogo na aprendizagem de conceitos matemáticos
Objetivos:
• Dar aos professores a oportunidade de aperfeiçoar seus conhecimentos teóricos e metodológicos para a melhoria de suas práticas docentes;
• Refletir sobre o uso de jogos como contribuição para o ensino de noções matemáticas.
• Relacionar práticas e jogos que podem ser utilizados para ensinar matemática.

Módulo 4

• Jogos, como e por que utilizá-los na escola, em todas as séries.
• Jogos e brincadeiras na educação infantil.
• Jogos e brincadeiras no ensino fundamental.
• Jogos e brincadeiras no ensino médio.
• Jogos cooperativos.
• As brinquedotecas.
Objetivos:
• Oportunizar o aperfeiçoamento de conhecimentos teóricos e metodológicos para a melhoria da práticas docentes;
• Refletir sobre o uso de jogos, brinquedos e brincadeiras na escola, em todas as séries.
• Identificar como os jogos, brinquedos e brincadeiras podem auxiliar no processo educativo nas diversas séries.
• Verificar a função e utilização das brinquedotecas como auxiliar no desenvolvimento e recuperação de crianças.
  1. Data: 23 de outubro.
  2. Horário: 9h às 17h
  3. Local:Auditório do Colégio Princesa Isabel Rua da Palmeiras, 65 - Botafogo Rio de Janeiro.
  4. Investimento: R$80,00

Com apostila e certificado para os participantes com 75% de presença.

Inscreva-se aqui

fonte: Central dos Professores

Pedagogia das Diferenças: Um Olhar sobre a Inclusão

Autor: Brena Samyly S. de Paula, Élida Mônica S. da Silva, Karlianne Sousa Silva Falção e Marilia Moreira Pinho

Resumo

Nosso trabalho não pretende só definir a educação especial, mas descrever toda a sua evolução histórica e suas políticas sociais, afim de compreender melhor a origem da inclusão e o processo que engloba essa ação social, além de melhor entender como todo esse percurso acontece e o momento em que adquire o equilíbrio necessário para que o portador de necessidades educativas especiais adquira seu lugar no Sistema Educacional Brasileiro. Este trabalho é fruto de um seminário, apresentado na disciplina de Estrutura e Funcionamento da Educação Básica e de uma Pesquisa realizada na vasta literatura sobre este assunto. Depois desse estudo, temos consciência que a inclusão é um verdadeiro desafio para a escola brasileira em relação à qualificação de recursos humanos, que atendam as necessidades desses alunos no sistema regular de ensino, tendo a escola como um reflexo da vida social, a inclusão proporcionara o convívio com a diversidade, pois e na escola que aprendemos a ser cidadãos e a conviver com as diferenças. Promulgada em Setembro de 2008, o Decreto nº 6.571, determina que alunos com deficiência deverão estudar em classes regulares, o que torna o Brasil pioneiro em inclusão educacional.

Introdução

Como futuras educadoras, sempre houve em nós a preocupação em exercer um bom atendimento aos educandos portadores de necessidades especiais. Por isso começamos a observar a evolução da educação especial, a legislação e as políticas educacionais voltadas ao movimento de inclusão, que tem por objetivo inserir esses "alunos especiais" no sistema regular de ensino, a partir dessa observação elaboramos nosso trabalho baseado em um seminário apresentado na disciplina de Estrutura e Funcionamento da Educação Básica, semestre 2009.2, orientados pela professora da disciplina.

Tivemos a oportunidade de conhecer melhor a estrutura da educação básica e entender que a educação tem por objetivo o pleno desenvolvimento do educando seu preparo para a cidadania e sua qualificação para o mercado de trabalho, a educação especial é definida como uma modalidade de educação escolar, essa modalidade de ensino visa oferecer recursos educacionais e estratégias de apoio a alunos com necessidades especiais em todos os níveis de ensino (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio)

Percorrendo pelos períodos históricos notamos que os deficientes eram vistos como doentes e incapazes, sendo alvo de assistencialismo e não sendo vistas como pessoas dotadas de direitos sociais, inclusive do direito a educação. A LDB, lei de diretrizes e bases da educação nacional, lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, traz orientações para as praticas pedagógicas, que orienta e regulamenta o aspecto legal na educação Brasileira, entre eles encontramos o capitulo V, referente à Educação Especial e que tem sua orientação nos artigos 58º à 60º.

O Ministério da Educação, trabalhando para assegurar a escola para todos, integrou-se as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, instituídas pela Resolução nº 02/2001, da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, visando uma atenção a diversidade na educação Brasileira. O Decreto-lei 6.571 de Setembro de 2008, coloca aos sistemas o desafio de construir condições para a inclusão, onde todas as escolas têm até o fim de 2010, para se adequar a atender todas as crianças e jovens com necessidades especiais na escola regular.

Segundo Mantoan (2008) "a Educação Inclusiva tem por objetivo entender e reconhecer o outro dentro de suas possibilidades", partindo desse ponto e importante compreendermos a diferença entre inclusão e integração, que por muitas vezes essas palavras são usadas como sinônimos. A inclusão obriga a se repensar no sistema educacional Brasileiro.

Resultados e Discussão

A nossa grande preocupação com esta pesquisa esta relacionada com desenvolvimento escolar dos alunos portadores de necessidades educativas especiais e a sua integração no sistema regular de ensino.

De acordo com o artigo 208, Inciso III da Constituição Federal, que se refere ao atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente, na rede regular de ensino. 

O direito à educação das pessoas portadoras de deficiência é uma conquista recente em nossa sociedade, sendo resultado de manifestações de grupos isolados, sendo seus direitos identificados como partes pertencentes de políticas sociais voltadas para a construção de alternativas na melhoria das condições de vida de tais pessoas.

Foi na Europa que surgiu os primeiros movimentos voltados ao atendimento aos portadores de deficiência, se transformando em medidas educacionais, que foram expandidas para outros países, inclusive o Brasil. Essas medidas Educacionais utilizavam de varias expressões para referir-se ao atendimento dessas pessoas: Pedagogia de Anormais, Pedagogia Teratológica, Pedagogia Curativa ou Terapêutica, Pedagogia da Assistência Social, entre outras, baseadas no sentido de Assistencialismo.

As primeiras manifestações sobre o atendimento a pessoas deficientes surgiram no Brasil, inspiradas em experiências na Europa e Estados Unidos, O século XIX foi caracterizado por algumas iniciativas oficiais e isoladas, A partir do século XX a "educação de deficientes" passou a fazer parte da política Brasileira, na qual podemos destacar três períodos o 1º de 1854 a 1956, caracterizado por iniciativas oficiais e particulares isoladas, voltados a alguns indicadores de interesse da sociedade, buscando atender a um beneficio em particular, o 2º de 1957 a 1993, marcada por iniciativas oficiais de abrangência nacional, onde o atendimento aos portadores de deficiência e assumido a nível nacional, pelo governo federal, com a divulgação de algumas campanhas, visando o assistencialismo e o 3º de 1994 em diante, tendo em foco movimentos a favor da inclusão de portadores de necessidades educativas especiais na rede regular de ensino.


A partir de 1961, destaca-se o inicio da lei de diretrizes e bases da educação nacional lei 4024, que no seu artigo 88º, reafirma o direito dos excepcionais à educação, onde deverá se integrar utilizando as mesmas situações do ensino comum. A lei 5692-71, em seu artigo 9º, reforça a existência das escolas especiais, contrariando o artigo 88º da lei 4024. O Conselho Federal de Educação, esclarece que a educação especial, não dispensa o tratamento regular, neste modo o Conselho, assumiu uma postura, onde a educação especial é vista como uma linha de escolarização.

Em 1977, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) em conjunto com o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), estabelecem diretrizes básicas para a ação integrada no atendimento a excepcionais, pelos órgãos subordinados, como o Cenesp (Centro Nacional de Educação Especial), a LBA (Fundação Legião Brasileira de Assistência) e INSS, Serviços de Saúde da Previdência Social e dos Serviços de Reabilitação Profissional, com o objetivo de aumentar o atendimento especializado nos aspectos médicos, psicossociais e educacionais.

Em 1986, o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP-MEC), define pela portaria 69, apoio técnico e financeiro para instituições públicas ou particulares para a educação especial. A educação especial começa a ser uma modalidade da educação, que visa o desenvolvimento pleno do educando. 

No mesmo ano com o decreto nº 93.613 o CENESP é transformado na SESPE, Secretaria de Educação Especial.

A lei nº 7853, estabelece, 'normas gerais para o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiência e sua efetiva integração social'. (Mazzotta, 2005,p. 80), essa lei garante que portadores de necessidades especiais tenham seus direitos preservados e sejam integrados ao convívio social, esta mesma lei, reestrutura a CORDE, Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, como órgão autônomo, com recursos específicos destinados.

No ano de 1990 , a SESPE é extinta e a sua função é assumida pela SENEB, Secretaria Nacional de Educação Básica, a partir daí a educação especial passa a ser responsabilidade da SENEB, com essa alteração a educação especial se integra a estrutura de órgãos centrais da administração do ensino do MEC.

Em 1996, a nova LDB 9.394, estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, na qual o capitulo V, se refere à educação especial, nos artigos 58º a 60º. Em 2001 a partir da Resolução CNE-CEB nº 02-2001, foram instituídas as diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica, com o objetivo de se construir condições para a inclusão dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais no ensino regular.

O programa de educação inclusiva: direito à diversidade do MEC, teve inicio em 2003, com o objetivo de integrar os alunos com necessidades educativas especiais no sistema regular de ensino, e garantir meios para que essa inclusão aconteça, tanto na formação de gestores e educadores, quanto em e equipamentos, materiais pedagógicos e implantação de recursos.

A educação inclusiva teve inicio nos Estados Unidos, com a lei pública nº 94.142 de 1975. O movimento de inclusão visa integrar alunos com necessidades educativas especiais na rede regular de ensino, a inclusão defende que nenhuma criança seja separada da outra por apresentar alguma deficiência.

A inclusão surgiu aproximadamente em 1990, com base em documentos como a Declaração Mundial de Educação para todos (1990), a Declaração de Salamanca (1994), foi organizada pela UNESCO e pela Espanha, com o objetivo de organizar novas políticas e praticas na área das necessidades educativas especiais. É importante ressaltar a diferenciação de integração e inclusão, a visão integracionista o aluno com deficiência, só poderia ficar na escola regular se acompanhassem o ritmo da turma, já a inclusão defende que a escola regular se adapte a esse aluno e busque meios de desenvolvê-lo. Segundo Mittler (2003, pág. 161):

"cada escola encontrará obstáculos diferentes no caminho, porem todas elas acharão que as barreiras mais difíceis emergem de duvidas bastante arraigadas, mas não necessariamente expressas sobre se essa jornada de fato é valida."
A escola é um reflexo da vida social, se os estudantes vivem a experiência da diferença desde cedo, não terão muitas dificuldades de vencer os preconceitos, e o processo inclusivo possibilita que todos tenham seu lugar na sociedade. O modelo de escola inclusiva, precisa oferecer adaptações físicas, além de apoio pedagógico individualizado em paralelo as aulas regulares, as praticas de aprendizagem precisam ser reformuladas, para que todos os alunos aprendam ao seu modo, de acordo com o seu tempo.

O professor não pode recusar a lecionar para turmas inclusivas, mesmo que a escola não ofereça estrutura adequada, ele deve contar com uma equipe de atendimento especializado.

Uma sala de aula inclusiva deve se adequar e criar condições para que todos possam evoluir, moldando o conteúdo para o nível adequado de cada aluno, mas para isso é necessário que o professor tenha o conhecimento prévio da turma, levando em conta as particularidades de cada individuo. 

É importante analisar as práticas de inclusão em sala de aula, que se baseiam em flexibilizações necessárias e imprescindíveis para ajudar os alunos com necessidades educativas especiais, as principais são: a flexibilização do espaço que consiste em adequar o ambiente físico; a flexibilização do tempo, estabelece que os alunos aprendem de formas diferentes por isso e importante que leve em conta o tempo de realização de cada um; a flexibilização dos recursos, que consiste na busca de novos materiais e estratégias pedagógicas, facilitando a aprendizagem; a flexibilização dos conteúdos tem o objetivo de garantir que os alunos aprendam dentro de suas possibilidades. Essas flexibilizações levam os professores a estabelecer formas criativas de atuação, o que não beneficia só aos alunos com necessidades educativas, mas a todos em conjunto.

'A inclusão implica melhor qualidade de ensino para todos', afirma a professora da Unicamp Maria Tereza Égler Mantoan, fundadora do laboratório de estudos e pesquisas em Ensino e Diversidade.

Promulgada no ano passado pelo governo federal, o Decreto nº 6. 571, de Setembro de 2008, determina que alunos que apresentam alguma deficiência, terão que ser acolhidas nas classes regulares, o que torna o Brasil pioneiro em inclusão educacional. Esse progresso pode beneficiar alunos com alguma dificuldade de aprendizagem, Além de beneficiar o convívio com a diversidade.

Considerações Finais

A educação é um direito de todos os indivíduos, entretanto e importante ressaltar o novo papel da Pedagogia, voltada para 'educar as diferenças'. Segundo Mantoan (2003, p.5) 'educar é empenhar-se por fazer o outro crescer, desenvolver-se, evoluir'.

Precisamos trabalhar a educação, para que a escola construa um mundo melhor para todos e que inclua no seu convívio todos, independentemente de padrões de normalidade. Para que a escola seja base para uma verdadeira cultura de paz.

A presença do portador de necessidades educativas especiais na escola regular, inclusive nas classes comuns e um verdadeiro desafio para a escola brasileira em relação à qualificação de recursos humanos, que atendam as necessidades educacionais desses alunos, em qualidade e acesso.

Os avanços da Inclusão transformam a concepção tradicional, alterando as idéias de ensino especializado e exigindo mudanças na formação de professores e gestores, buscando novas formas de planejamento e organização pedagógica de recursos e propondo uma nova idéia do direito a educação.

A inclusão hoje está caminhando lentamente, mas essa transformação do sistema educacional brasileiro e necessária para que todos tenham acesso à educação.

Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica / Secretaria de Educação Especial. MEC; SEESP, 2001.

CARVALHO, Rosita Edler. Educação inclusiva:com os pingos nos is. 5ª edição. Porto Alegre. Editora Mediação, 2007.

MANTOAN, Maria Tereza Egler. Inclusão escolar- o que e? Por quê? Como fazer?. Campinas.2003.

MAZZOTTA, Marcos José da Silveira. Educação Especial no Brasil:Historia e Políticas Públicas.5ª edição. São Paulo. Editora Cortez, 2005.

MITTLER, Peter. Educação inclusiva:Contextos sociais. São Paulo. Editora Artmed, 2003.
Revista Nova Escola. Inclusão: Como ensinar os conteúdos do currículo para alunos com deficiência. Edição especial, nº 24. São Paulo. Julho de 2009.

STAINBACK, Susan & STAINBACK, William. Inclusão:um guia para educadores. Porto Alegre:Artmed, 1999. Tradução Magda França.

A Contribuição do Psicopedagogo Institucional para as Reuniões de Pais Promovidas pela Escola

A intervenção psicopedagógica veio introduzir uma contribuição mais elaborada ao enfoque pedagógico das reuniões de pais. O processo de aprendizagem da criança é compreendido como um processo abrangente, implicando componentes de vários eixos de estruturação: afetivos, cognitivos, motores, sociais, políticos, etc. A causa do sucesso de aprendizagem, bem como de suas dificuldades, deixa de ser localizada somente no aluno e no professor e passa a ser vista como um processo maior com inúmeras variáveis que precisam ser apreendidas com bastante cuidado pelo psicopedagogo. 

Esse profissional deve ser flexível em sua maneira de lidar com os conflitos, utilizando-se do conhecimento de várias técnicas e métodos adequados, propondo que as decisões sejam tomadas em conjunto e a participação dos alunos é solicitada. 

O psicopedagogo observa e diagnostica o sistema escolar e, então, cria condições favoráveis para a resolução dos problemas que surgem, fazendo com que o ensinar e o aprender se tornem comprometidos. 

As reuniões de pais buscam a integração entre a escola e a família do aluno. Porém, muitas vezes os pais não comparecem ou participam sem desejo de aprofundamento sobre a vida escolar de seu filho. Isto se dá porque a escola, muitas vezes, transforma estes encontros em momentos burocráticos, sem agregar valores ao desenvolvimento do seu relacionamento com a família. 

O psicopedagogo institucional tem condições de dinamizar as reuniões de pais, tornando-as mais produtivas e eficazes. Em síntese, uma escola é funcional quando conta com aliança entre a comunidade, o corpo docente e o administrativo, os quais trabalham os seus conflitos através da colaboração e diálogo.

 I. INTRODUÇÃO

Este artigo foi desenvolvido e, é agora apresentado como Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-graduação lato sensu em Psicopedagogia das Faculdades Integradas de Ciências Humanas, Saúde e Educação de Guarulhos.

Durante o seu desenvolvimento, emergiram algumas questões de estudo que nortearam toda a pesquisa bibliográfica, a saber: em que medida a família, a escola e o psicopedagogo podem contribuir para que os educandos superem suas dificuldades de aprendizagem escolar? Como levar a família a participar da vida escolar do seu filho? Qual a importância do psicopedagogo dentro das instituições de ensino durante a reunião de pais promovida pela escola?

Utilizando-se a perspectiva teórica de diversos autores, tais como Altuhur, Essle e Stoeber (2000), Beauclair (2004), Bollman (2000 -2001), Brasil (1996), Caetano (2002), Jardim (2006), Visca (2002), Winnicott (2005) e Paro (2000), este artigo pretende verificar que a relação entre pais, professores e escola é de extrema importância para o desenvolvimento do aluno, favorecendo o ensino através da superação ou minimização de quaisquer problemas que possam surgir. Neste sentido, as reuniões de pais e professores promovidas pelas instituições de ensino têm grande importância porque além de informar como está o andamento dos estudantes para seus responsáveis permite que seja um momento de interação entre pais e escola permitindo discutir problemas e encontrar soluções.

O Dia Nacional da Família na Escola foi criado em 2001, pelo Ministério da Educação para conscientizar pais, educadores e toda a sociedade sobre a importância da união entre a escola e a família na formação dos alunos. Inúmeros exemplos vivenciados mostram que a escola melhora quando a família está presente. Se a família se interessa pela escola, a criança se interessa mais pelos estudos. E melhora, desta forma, o relacionamento da família com a criança e vice-versa.

A instituição escolar é local de desenvolvimento do saber e não de retaliação do aluno e castração de anseios. Família e escola devem aliar-se no objetivo de formar um aluno capaz e "bem resolvido" afetivamente porque, é justamente neste fator, que estão as disposições em aprender e conhecer mais e mais, construindo e firmando o conhecimento em apoios realmente sólidos.

No contexto da educação, vem sendo discutida com maior ênfase, a necessidade de uma participação efetiva das famílias na instituição escolar. Tal preocupação pode ser visualizada nas propostas presentes na legislação educacional vigente.

No que se refere à legislação, o artigo 1° da LDB afirma que "a educação é dever da família e do Estado" (BRASIL, 1996). Se a família tem uma maior responsabilidade com a educação, é necessário que as instituições família e escola mantenham uma relação que possibilite a realização de uma educação de qualidade.

II.  A NECESSIDADE DE RELAÇÃO AFETIVA ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA

A Psicopedagogia transformou-se em um campo de amplos conhecimentos, com o objetivo principal de analisar o processo de aprendizagem, sua evolução normal e patológica, bem como as interferências da família, escola e sociedade neste processo. As dificuldades de aprendizagem passaram a ser compreendidas de acordo com a interação de diversos fatores escolares e familiares. Nesse sentido, a Psicopedagogia colabora com a escola, haja vista que é no âmbito desta instituição que a aprendizagem socialmente reconhecida acontece. O psicopedagogo atua no cotidiano pedagógico, mas, agora, já não procura por causas e soluções em si mesma (BOLLMAN et al, 2001). 

Desde os primeiros instantes de nascido o homem recebe a influência e a afetividade da atmosfera familiar. Consequentemente, a vida afetiva de uma pessoa tem uma longa trajetória pela educação nos convívios familiar e social.  O psicopedagogo como profissional, vai atuar nas questões relacionadas ao ensino e aprendizagem, e para isso necessita compreender a complexa rede de relações que envolvem a formação do sujeito que aprende especialmente sua família, nesse sentido, completa Beauclair (2008 p. 20): olhar do psicopedagogo se constrói na busca permanente da reflexão teórica e através das vivências e pesquisas cotidianas abertas aos novos paradigmas que apontam para a transdisciplinaridade e a complexidade.  Sabe-se que a educação não formal constitui-se num dos pilares essenciais na construção do eu. O desenrolar desta implicará num desenvolvimento harmônico ou não do indivíduo.

Percebe-se ser impossível o desenvolvimento do indivíduo isoladamente. A educação do contexto familiar influência no desenvolvimento da autoconfiança da criança, formando-a e constituindo-a, enquanto ser humano completo. Os anseios, os desejos e as expectativas familiares que envolvem a criança promovem bem-estar e equilíbrio quando dosados e colocados à disposição de maneira correta. 

As relações entre família e escola são decisivas na determinação do sucesso escolar do aluno, e precisam ser promovidas de forma consciente e planejadas pela escola (BEAUCLAIR, 2008).

A consciência de que a fase decisiva é a que antecede a escola obrigatória tem levado um número crescente de estudiosos a propor que a criança seja atendida mais cedo, com única solução para compensar as desvantagens que atingem as crianças mais pobres, dando-lhes melhores chances de sucesso quando mais tarde entrarem na escola, sempre levando-se em conta a necessidade de promover a integração da família na escola, como forma de promover ainda mais o desenvolvimento da criança:
Não só os pais contam com a escola, mas esta, igualmente, conta com eles. Por isso, a instituição escolar precisa conversar com eles, dar orientações, promover palestras, saber o que está acontecendo com acriança em casa, como ela está vivendo ou reagindo aos muitos e inevitáveis problemas existentes em qualquer família (doença, separação, mudança, de emprego, modos de organização da casa, problemas financeiros, relacionamento entre o casal, nascimento de outros filhos). (ALTHUOM, ESSLE e STOEBER, 2000. p. 12)
Para a compreensão das possíveis alterações no processo de aprendizagem é necessário considerar-se tanto as condições internas do organismo, quanto as condições externas ao indivíduo. Fatores como linguagem, inteligência, dinâmica familiar, afetividade, motivação e escolaridade devem desenvolver-se de forma integrada para que o processo se efetive.
É comum observar como sujeitos que têm alcançado um mesmo nível intelectual fazem uso semelhante de sua afetividade, por pertencerem a diferentes culturas, meios sociais ou grupos familiares, apresentam tematizações sigficativamente distintas. Isto deriva simplesmente do fato de que cada contexto oferece diferentes crenças, conhecimentos, atitudes e habilidades. (VISCA, 2002. p. 51)
Sabe-se que as crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem, geralmente, possuem uma baixa auto-estima em função de seus fracassos e que esses sentimentos podem estar vinculados aos comportamentos de desinteresse por determinadas atividades, tempo de atenção diminuído, falta de concentração e outros.
A alegação da falta de interesse do aluno como justificativa para o mau desempenho escolar precisa ser combatida de forma radical porque ela implica a própria renúncia da escola a uma de suas funções mais essenciais. Os equívocos a esse respeito geralmente advêm da atitude errônea de considerar a "aula" como o produto do trabalho escolar. (PARO, 2000. p. 13)
A família, desconhecendo as necessidades da criança e a maneira apropriada de lidar com esses aspectos, muitas vezes, necessita de orientações que lhe dê suporte e lhe possibilite ajudar seu filho. 

Fatores como motivação, formas de comunicação, estresses existentes no lar, influenciam o desempenho da criança no processo de aprendizagem, e os psicopedagogos, muitas vezes, sentem-se limitados quanto às orientações a serem dadas pela falta de conhecimento aprofundado sobre os diversos aspectos familiares que podem contribuir para um resultado mais desejável.
A prática profissional social do/a profissional de Psicopedagogia supõe o encontro com diversos momentos de conflito, pois (...) o profissional de psicopedagogia pode romper barreiras dentro de sua práxis de criar possibilidades de encontro, com a sua comunidade, acessando as informações que, na gama ampla da sociedade de conhecimento, podem (e estão) disponíveis. (BEAUCLAIR, 2008. p. 77-78)
Acredita-se que um programa de intervenção familiar seja de fundamental importância para o desenvolvimento e aprendizagem da criança. O relacionamento familiar, a disponibilidade e interesse dos pais na orientação educacional de seus filhos são aspectos indispensáveis de ajuda à criança.

 III.  A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NA REUNIÃO DE PAIS

Através das experiências e relações interpessoais, a família pode promover tanto o desenvolvimento intelectual como emocional e o social da criança. Ela pode criar situações no dia-a-dia que estimularão esses aspectos, desde que esteja desperta para isso.

A família tem um papel central no desenvolvimento da criança, pois é dentro dela que se realizam as aprendizagens básicas necessárias para o desenvolvimento na sociedade, como a linguagem, sistema de valores, controle da impulsividade. As características da criança também são determinadas pelos grupos sociais que frequenta e pelas características próprias, como temperamento.
os pais se supõem responsáveis, resulta o sentimento de responsabilidade parental. Aquilo que distingue os pais dos filhos e talvez torne sem sentido o jogo que algumas pessoas gostam de jogar, por meio do qual mãe e pai esperam ser apenas "bons camaradas" de seus filhos. Mas as mães têm de ser capazes, afinal, de começar a permitir que suas crianças conheçam algo dos perigos contra os quais as protegem, e que também saibam que espécie de comportamento afetaria o amor e as preferências maternas. (WINICOTT, 2005. p.45)
As crianças possuem uma tendência natural e instintiva que as direciona ao desenvolvimento de suas potencialidades. Os pais devem ter conhecimento desse processo para que não dificultem ou impeçam o crescimento espontâneo da criança.

Pela falta de compreensão da natureza e necessidades básicas do ser humano, o pai, muitas vezes, prejudica a busca da criança pelo próprio desenvolvimento, pela criança. O modo como os pais lidam com seus filhos pode ajudá-los no desenvolvimento das suas potencialidades e no relacionamento com o mundo, possibilitando-lhes o enriquecimento pessoal através das experiências que o meio lhes proporciona.

O processo educativo (desenvolvimento gradativo da capacidade física, intelectual e moral do ser humano) familiar deve ser adequado para possibilitar à criança o sucesso na aprendizagem, proporcionando-lhe a motivação, o interesse e a concentração necessária para a apreensão do conhecimento.
O trabalho dos pais integrado à escola torna-se essencial para que ambos falem a mesma linguagem, auxiliando na aprendizagem do educando. É importante que os pais participem constantemente das atividades proporcionadas pela escola, incentivando seus filhos para o mesmo, pois esta união de esforços enriquecerá todo o processo de ensino-aprendizagem (BOLLMAN et al., 2001, p. 65).

Se o psicopedagogo exercer uma atuação de intermediador durante as reuniões escolares, transmitindo o pensamento do sujeito como um todo inserido na família, escola, trabalho, comunidade e sociedade poderá promover a inclusão, equiparação de oportunidades e a transformação de modelos tradicionais de aprendizagem e clássicos de atendimento na área de saúde (JARDIM, 2006). É preciso analisar e atuar com visão crítica e reflexiva sobre as questões culturais, políticas, da formação profissional e pessoal, dos envolvidos com o problema.

A intervenção psicopedagógica veio introduzir uma contribuição mais opulenta no ponto de vista pedagógico. O processo de aprendizagem da criança é compreendido como um processo pluricausal, abrangente, implicando componentes de vários eixos de estruturação: afetivos, cognitivos, motores, sociais, econômicos, políticos etc. Os motivos do processo de aprendizagem, bem como das dificuldades de aprendizagem, deixam de ser localizadas somente no aluno e no professor e passa a ser vista como um processo maior com inúmeras variáveis que precisam ser apreendidas com bastante cuidado pelo professor e psicopedagogo (JARDIM, 2006).

A adequação desse processo compreende o atendimento às necessidades da criança quanto à presença dos pais compartilhando suas experiências e sentimentos, orientação firme quanto aos comportamentos adequados, possibilidade de escolhas, certa autonomia nas suas ações, organização da sua rotina, oportunidade constante de aprendizagem e respeito e valorização como pessoa.
Hoje o contraste entre a escola e a família pode não ser muito grande porque a própria escola pública ainda não assimilou quase nada de todo o progresso da psicologia da educação e da didática, utilizando métodos de ensino muito próximos ou idênticos aos do senso comum predominantes nas relações familiares. (PARO 2000. p. 16)
Dificuldades escolares apresentadas pelas crianças, relacionadas à falta de concentração e indisciplina ocorrem e podem ser causadas pela ausência de limites.

A primeira geração educou os filhos de maneira patriarcal, isto é, os filhos eram obrigados a cumprir as determinações que lhes eram impostas pelo pai.

O relacionamento familiar também é fundamental no processo educativo. A criança estará muito mais receptiva às instruções dos pais, se os membros da família se respeitarem entre si, procurando conversar e colaborar um com o outro. É importante a participação dos pais na vida dos filhos, numa convivência como companheiros, compartilhando emoções, o que contribui muito para a disciplina.

Todos esses aspectos citados e muitos outros são fundamentais para que o desenvolvimento da criança se efetive. Portanto, a família necessita da ajuda dos profissionais da psicopedagogia na aquisição desses conhecimentos básicos e essenciais para que possa cumprir seu papel de facilitadora do processo de aprendizagem de seus filhos, através de comportamentos mais adaptativos.
as crianças em geral aceitam a segurança como um pressuposto básico. Acreditam numa boa assistência materna e paterna desde muito cedo, porque a tiveram. Possuem um sentimento de segurança que é constantemente reforçado por seus testes com os pais e sua família, com os professores na escola, com seus amigos e toda a espécie de pessoas que conhecem. (WINICOTT, 2005. p.106)
A escola também necessita de uma relação de cooperação com a família, pois os professores precisam conhecer as dinâmicas internas e o universo sócio-cultural vivenciados pelos seus alunos, para que possam respeitá-los, compreendê-los e tenham condições de intervirem na promoção de expressões de sucesso e não de fracasso diagnosticado (CAETANO, 2002)

Precisa ainda, dessa relação de parceria para poderem também compartilhar com a família os aspectos de conduta do filho: aproveitamento escolar, qualidade na realização das tarefas, relacionamento com professores e colegas, atitudes, valores, respeito às regras. 

Para Caetano (2002), a educação, enquanto fenômeno universal comporta diversas tensões no interior de e entre seus diferentes âmbitos. Quando enfrentadas de modo produtivo, estas tensões podem fornecer valiosos subsídios para a reflexão e análise do fenômeno educativo. Dois âmbitos educativos tensos, tanto no seu interior quanto na sua relação um com o outro, são a família e a escola.

Enquanto instâncias sócio-educativas formais, a família e a escola foram dois dos principais ambientes de formação ao longo da história, mesmo considerando que outras instâncias sócio-educativas também tiveram um papel muito forte como, por exemplo, o Estado e a Igreja. Nos tempos atuais, porém, família e escola parecem perder o poder e o espaço que tiveram outrora no sentido da formação do indivíduo. Os "porquês" e as consequências deste fato não cabem nos modestos limites desta reflexão, mas devem ser considerados sempre que se pretender analisar mais amplamente as questões que envolvem escola e família.

IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O psicopedagogo que atua em âmbito educacional deve ter por objetivo, conduzir professores, diretores e profissionais pedagógicos a repensar o papel da escola frente à prevenção das dificuldades de aprendizagem da criança.  No entanto, ressalta-se que mesmo a escola priorizando os problemas de aprendizagem, esta nunca conseguirá abrangê-los em sua totalidade, pois crianças mais comprometidas necessitam de atendimento psicopedagógico mais especializado em clínicas. Por isso, o psicopedagogo pode atuar de uma forma mais preventiva, objetivando reduzir ou evitar os problemas de aprendizagem em âmbito escolar ou de forma clínica, onde dá atendimento às crianças com maiores comprometimentos, cujas dificuldades não podem ser resolvidas na escola.

A atuação do psicopedagogo não engloba somente seu espaço físico de atuação, mas também sua maneira de pensar a Psicopedagogia e seu conhecimento a respeito da área.

O profissional que atua na prevenção das dificuldades de aprendizagem atua no sentido de fazer com que um número menor de crianças sejam encaminhadas para clínicas, propiciando uma significativa melhoria no rendimento escolar como um todo.  O Psicopedagogo que atua em âmbito escolar deve fazer com que a escola acompanhe o desenvolvimento de seus alunos e seja um verdadeiro espaço de construção de conhecimentos, oferecendo suporte para que todos os envolvidos neste processo compreendam a necessidade de se realizar transformações efetivas.

Para que um psicopedagogo consiga ter um bom desempenho, é preciso que ele conquiste seu espaço dentro da escola, o que ainda não é uma tarefa fácil, pois a maior parte das escolas acreditam que o orientador educacional é capaz de solucionar todos os problemas.

Também, o psicopedagogo pode atuar no sentido de avaliar como se dá o relacionamento entre professor e aluno, pois muitas vezes, este relacionamento pode estar acontecendo de forma negativa, pelo fato do professor não conhecer bem o aluno, e, portanto, distanciar-se de suas necessidades. Muitas vezes, também, o professor não consegue identificar a fase de desenvolvimento cognitivo ou afetivo em que encontra-se o aluno, ou desconhece os problemas pelos quais a criança está passando no ambiente familiar.

Por isso, é importante que o psicopedagogo escolar participe de reunião de pais, a fim de que possa esclarecer o que se está acontecendo com a criança na escola, auxiliando os pais na identificação das reais necessidades de seus filhos e ensinando-os a estimular seus filhos em tarefas escolares realizadas em casa. Quando necessário o psicopedagogo encontrar-se separadamente com alguns pais, para melhor orientá-los ou conhecer melhor o ambiente familiar da criança que está apresentando problemas na escola.

Para tanto, é necessário que o psicopedagogo analise a programação da escola a fim de que possa obter subsídios para sua atuação. A administração de uma escola é representada pelo seu organograma, assim, o psicopedagogo pode dar início a seu diagnóstico escolar através da análise do mesmo, estudando as suas relações e estabelecendo conexões com as demais áreas programadas. Analisando-se cada profissional da escola, o psicopedagogo identifica se um determinado profissional está desempenhando sua função de forma adequada e consegue sugerir mudanças.

Face ao exposto, conclui-se que a atuação do psicopedagogo escolar tem início a partir da análise da organização como um todo. É muito importante o trabalho em equipe, junto aos professores, alunos e pessoal administrativo, a fim de que busque-se por melhorias no relacionamento entre si e entre os grupos, visando prioritariamente o aperfeiçoamento das condições de aprendizagem tanto individual, como do grupo.

Logo, o psicopedagogo tem sua importância, que é o de ser um fio condutor e alinhar todas as informações desde a escola até a família e a criança, fazendo com que, o código de comunicação construído e praticado na família seja compatível com o código da escola, estabelecendo assim um relacionamento de parceria e consequentemente contribuindo na formação integral da criança.

V. BIBLIOGRAFIA

ALTHUON, B; ESSLE, C e STOEBER, I. Reunião de Pais: sofrimento ou prazer? São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.
 
BEAUCLAIR, J. Psicopedagogia: trabalhando competências, criando habilidades. Coleção Olhar Psicopedagógico. Rio de Janeiro: Editora WAK, 2004. (Coleção Olhar Psicopedagógico)
 
BOLLMAN, C. M. S. et al. Interação Pais e Escola. Rev. PEC, Curitiba, v.1., n.1, p.65-68, jul.2000-jul.2001.
 
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Ministério da Educação e Cultura: Brasília, 1996.
 
CAETANO, L. M. Relação Escola e Família: Uma proposta de parceria. Instituto de Psicologia/Universidade de São Paulo-USP, 2002.
 
JARDIM, A. P. Relação entre escola e família: proposta de ação no processo de ensino-aprendizagem. Dissertação de Mestrado. Universidade do Oeste Paulista, Presidente Prudente, 2006.
 
PARO, V. Qualidade de ensino: a contribuição dos pais. São Paulo: Xamã, 2000.
 
VISCA, J. Psicopedagogia: novas contribuições. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.
 
WINNICOTT, D. W. Conversando com os pais. São Paulo: Martins Fontes 2005.

 Autor: Luzia Stecanela da Costa
Nem especial, nem regular, nem pra "normais", nem pra "deficientes"...apenas educação, porque chegará o dia que educação será uma coisa só.

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