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MARAVILHOSA, Rio de Janeiro, Brazil
Diante de tanta contradição da vida, aprendi que devo ter alto astral acima de qualquer coisa!Eu nunca imaginei que seria pedagoga. Não me preparei para isso. Ela chegou sem que eu preparasse o seu caminho e por isso fiquei tão apaixonada. Essa é para mim a profissão mais linda e digna que existe... Sem sonharmos e idealizarmos algo melhor, nunca poderemos alcançar um diferencial.Essa é minha ideologia e não posso deixar que apaguem por não acreditarem que existe solução para a educação do nosso país,"Não,podemos viver sem ideologias, ter sucesso sem acreditar em valores fortes, concretos,lutar por nossos objetivos sem acreditar que eles serão alcançados,almejar uma vida de realizações soterrando nossas verdadeiras crenças.Tenha suas ideologias muito bem definidas e paute sua vida sobre elas. Não tenha medo do que os outros vão pensar se você está realmente convicto no que acredita ser o certo,não tenha medo de fracassar embasado nelas, aprenda que neste mundo nada é absolutamente ruim ou bom e que sempre,terá que defender suas escolhas e pagar por elas." Eu estou consciente pela escolha que fiz na minha vida profissional,e você?

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Este espaço é algo criado por mim para dividir, com todos que, assim como eu, adoram de fato o que fazem dentro da educação, um pouco do que pesquiso na internet e também do que tenho de material voltado à esta área que de fato sou louca de paixão.

Peço desculpas pela demora em atualizar os conteúdos.

No mais, a todos que visitam este blog, espero que até o momento tudo que há de conteúdo esteja sendo agradável.

Com carinho,

Lu Moraes
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“Ninguém começa a ser educador numa certa terça-feira às quatro horas da tarde. Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão sobre a prática”

(Paulo Freire, em “A educação na cidade”)

“Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se encantar com a colheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes" Gabriel Chalita

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Eu fico com a pureza da resposta das crianças: a vida é bonita.
Viver e não ter a vergonha de ser feliz.
Cantar e... cantar e ...cantar a eterna beleza de ser aprendiz.
Eu sei que a vida devia ser bem melhor. E será.
Mas issoo impede que eu repita: é bonita, é bonita, é bonita!
(Gonzaguinha).

"Há os que adquirem conhecimento pelo valor do conhecimento - e isto é vaidade de baixo nível. Mas há os que desejam tê-lo para edificar outros - e isto é amor. E há outros que o desejam para que eles mesmos sejam edificados - e isto é sabedoria." - (Bernardo de Claraval)
"Todas as postagens que não são de minha autoria é dado o devido crédito e citado a fonte, até porque quando se copia algo de alguem a intenção não é fazer plágio, e sim divulgar as informações para um maior número de pessoas favorecendo assim o conhecimento."
Lucia Araújo/cc: Luciana Moraes

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A Contribuição do Psicopedagogo Institucional para as Reuniões de Pais Promovidas pela Escola

A intervenção psicopedagógica veio introduzir uma contribuição mais elaborada ao enfoque pedagógico das reuniões de pais. O processo de aprendizagem da criança é compreendido como um processo abrangente, implicando componentes de vários eixos de estruturação: afetivos, cognitivos, motores, sociais, políticos, etc. A causa do sucesso de aprendizagem, bem como de suas dificuldades, deixa de ser localizada somente no aluno e no professor e passa a ser vista como um processo maior com inúmeras variáveis que precisam ser apreendidas com bastante cuidado pelo psicopedagogo. 

Esse profissional deve ser flexível em sua maneira de lidar com os conflitos, utilizando-se do conhecimento de várias técnicas e métodos adequados, propondo que as decisões sejam tomadas em conjunto e a participação dos alunos é solicitada. 

O psicopedagogo observa e diagnostica o sistema escolar e, então, cria condições favoráveis para a resolução dos problemas que surgem, fazendo com que o ensinar e o aprender se tornem comprometidos. 

As reuniões de pais buscam a integração entre a escola e a família do aluno. Porém, muitas vezes os pais não comparecem ou participam sem desejo de aprofundamento sobre a vida escolar de seu filho. Isto se dá porque a escola, muitas vezes, transforma estes encontros em momentos burocráticos, sem agregar valores ao desenvolvimento do seu relacionamento com a família. 

O psicopedagogo institucional tem condições de dinamizar as reuniões de pais, tornando-as mais produtivas e eficazes. Em síntese, uma escola é funcional quando conta com aliança entre a comunidade, o corpo docente e o administrativo, os quais trabalham os seus conflitos através da colaboração e diálogo.

 I. INTRODUÇÃO

Este artigo foi desenvolvido e, é agora apresentado como Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-graduação lato sensu em Psicopedagogia das Faculdades Integradas de Ciências Humanas, Saúde e Educação de Guarulhos.

Durante o seu desenvolvimento, emergiram algumas questões de estudo que nortearam toda a pesquisa bibliográfica, a saber: em que medida a família, a escola e o psicopedagogo podem contribuir para que os educandos superem suas dificuldades de aprendizagem escolar? Como levar a família a participar da vida escolar do seu filho? Qual a importância do psicopedagogo dentro das instituições de ensino durante a reunião de pais promovida pela escola?

Utilizando-se a perspectiva teórica de diversos autores, tais como Altuhur, Essle e Stoeber (2000), Beauclair (2004), Bollman (2000 -2001), Brasil (1996), Caetano (2002), Jardim (2006), Visca (2002), Winnicott (2005) e Paro (2000), este artigo pretende verificar que a relação entre pais, professores e escola é de extrema importância para o desenvolvimento do aluno, favorecendo o ensino através da superação ou minimização de quaisquer problemas que possam surgir. Neste sentido, as reuniões de pais e professores promovidas pelas instituições de ensino têm grande importância porque além de informar como está o andamento dos estudantes para seus responsáveis permite que seja um momento de interação entre pais e escola permitindo discutir problemas e encontrar soluções.

O Dia Nacional da Família na Escola foi criado em 2001, pelo Ministério da Educação para conscientizar pais, educadores e toda a sociedade sobre a importância da união entre a escola e a família na formação dos alunos. Inúmeros exemplos vivenciados mostram que a escola melhora quando a família está presente. Se a família se interessa pela escola, a criança se interessa mais pelos estudos. E melhora, desta forma, o relacionamento da família com a criança e vice-versa.

A instituição escolar é local de desenvolvimento do saber e não de retaliação do aluno e castração de anseios. Família e escola devem aliar-se no objetivo de formar um aluno capaz e "bem resolvido" afetivamente porque, é justamente neste fator, que estão as disposições em aprender e conhecer mais e mais, construindo e firmando o conhecimento em apoios realmente sólidos.

No contexto da educação, vem sendo discutida com maior ênfase, a necessidade de uma participação efetiva das famílias na instituição escolar. Tal preocupação pode ser visualizada nas propostas presentes na legislação educacional vigente.

No que se refere à legislação, o artigo 1° da LDB afirma que "a educação é dever da família e do Estado" (BRASIL, 1996). Se a família tem uma maior responsabilidade com a educação, é necessário que as instituições família e escola mantenham uma relação que possibilite a realização de uma educação de qualidade.

II.  A NECESSIDADE DE RELAÇÃO AFETIVA ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA

A Psicopedagogia transformou-se em um campo de amplos conhecimentos, com o objetivo principal de analisar o processo de aprendizagem, sua evolução normal e patológica, bem como as interferências da família, escola e sociedade neste processo. As dificuldades de aprendizagem passaram a ser compreendidas de acordo com a interação de diversos fatores escolares e familiares. Nesse sentido, a Psicopedagogia colabora com a escola, haja vista que é no âmbito desta instituição que a aprendizagem socialmente reconhecida acontece. O psicopedagogo atua no cotidiano pedagógico, mas, agora, já não procura por causas e soluções em si mesma (BOLLMAN et al, 2001). 

Desde os primeiros instantes de nascido o homem recebe a influência e a afetividade da atmosfera familiar. Consequentemente, a vida afetiva de uma pessoa tem uma longa trajetória pela educação nos convívios familiar e social.  O psicopedagogo como profissional, vai atuar nas questões relacionadas ao ensino e aprendizagem, e para isso necessita compreender a complexa rede de relações que envolvem a formação do sujeito que aprende especialmente sua família, nesse sentido, completa Beauclair (2008 p. 20): olhar do psicopedagogo se constrói na busca permanente da reflexão teórica e através das vivências e pesquisas cotidianas abertas aos novos paradigmas que apontam para a transdisciplinaridade e a complexidade.  Sabe-se que a educação não formal constitui-se num dos pilares essenciais na construção do eu. O desenrolar desta implicará num desenvolvimento harmônico ou não do indivíduo.

Percebe-se ser impossível o desenvolvimento do indivíduo isoladamente. A educação do contexto familiar influência no desenvolvimento da autoconfiança da criança, formando-a e constituindo-a, enquanto ser humano completo. Os anseios, os desejos e as expectativas familiares que envolvem a criança promovem bem-estar e equilíbrio quando dosados e colocados à disposição de maneira correta. 

As relações entre família e escola são decisivas na determinação do sucesso escolar do aluno, e precisam ser promovidas de forma consciente e planejadas pela escola (BEAUCLAIR, 2008).

A consciência de que a fase decisiva é a que antecede a escola obrigatória tem levado um número crescente de estudiosos a propor que a criança seja atendida mais cedo, com única solução para compensar as desvantagens que atingem as crianças mais pobres, dando-lhes melhores chances de sucesso quando mais tarde entrarem na escola, sempre levando-se em conta a necessidade de promover a integração da família na escola, como forma de promover ainda mais o desenvolvimento da criança:
Não só os pais contam com a escola, mas esta, igualmente, conta com eles. Por isso, a instituição escolar precisa conversar com eles, dar orientações, promover palestras, saber o que está acontecendo com acriança em casa, como ela está vivendo ou reagindo aos muitos e inevitáveis problemas existentes em qualquer família (doença, separação, mudança, de emprego, modos de organização da casa, problemas financeiros, relacionamento entre o casal, nascimento de outros filhos). (ALTHUOM, ESSLE e STOEBER, 2000. p. 12)
Para a compreensão das possíveis alterações no processo de aprendizagem é necessário considerar-se tanto as condições internas do organismo, quanto as condições externas ao indivíduo. Fatores como linguagem, inteligência, dinâmica familiar, afetividade, motivação e escolaridade devem desenvolver-se de forma integrada para que o processo se efetive.
É comum observar como sujeitos que têm alcançado um mesmo nível intelectual fazem uso semelhante de sua afetividade, por pertencerem a diferentes culturas, meios sociais ou grupos familiares, apresentam tematizações sigficativamente distintas. Isto deriva simplesmente do fato de que cada contexto oferece diferentes crenças, conhecimentos, atitudes e habilidades. (VISCA, 2002. p. 51)
Sabe-se que as crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem, geralmente, possuem uma baixa auto-estima em função de seus fracassos e que esses sentimentos podem estar vinculados aos comportamentos de desinteresse por determinadas atividades, tempo de atenção diminuído, falta de concentração e outros.
A alegação da falta de interesse do aluno como justificativa para o mau desempenho escolar precisa ser combatida de forma radical porque ela implica a própria renúncia da escola a uma de suas funções mais essenciais. Os equívocos a esse respeito geralmente advêm da atitude errônea de considerar a "aula" como o produto do trabalho escolar. (PARO, 2000. p. 13)
A família, desconhecendo as necessidades da criança e a maneira apropriada de lidar com esses aspectos, muitas vezes, necessita de orientações que lhe dê suporte e lhe possibilite ajudar seu filho. 

Fatores como motivação, formas de comunicação, estresses existentes no lar, influenciam o desempenho da criança no processo de aprendizagem, e os psicopedagogos, muitas vezes, sentem-se limitados quanto às orientações a serem dadas pela falta de conhecimento aprofundado sobre os diversos aspectos familiares que podem contribuir para um resultado mais desejável.
A prática profissional social do/a profissional de Psicopedagogia supõe o encontro com diversos momentos de conflito, pois (...) o profissional de psicopedagogia pode romper barreiras dentro de sua práxis de criar possibilidades de encontro, com a sua comunidade, acessando as informações que, na gama ampla da sociedade de conhecimento, podem (e estão) disponíveis. (BEAUCLAIR, 2008. p. 77-78)
Acredita-se que um programa de intervenção familiar seja de fundamental importância para o desenvolvimento e aprendizagem da criança. O relacionamento familiar, a disponibilidade e interesse dos pais na orientação educacional de seus filhos são aspectos indispensáveis de ajuda à criança.

 III.  A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NA REUNIÃO DE PAIS

Através das experiências e relações interpessoais, a família pode promover tanto o desenvolvimento intelectual como emocional e o social da criança. Ela pode criar situações no dia-a-dia que estimularão esses aspectos, desde que esteja desperta para isso.

A família tem um papel central no desenvolvimento da criança, pois é dentro dela que se realizam as aprendizagens básicas necessárias para o desenvolvimento na sociedade, como a linguagem, sistema de valores, controle da impulsividade. As características da criança também são determinadas pelos grupos sociais que frequenta e pelas características próprias, como temperamento.
os pais se supõem responsáveis, resulta o sentimento de responsabilidade parental. Aquilo que distingue os pais dos filhos e talvez torne sem sentido o jogo que algumas pessoas gostam de jogar, por meio do qual mãe e pai esperam ser apenas "bons camaradas" de seus filhos. Mas as mães têm de ser capazes, afinal, de começar a permitir que suas crianças conheçam algo dos perigos contra os quais as protegem, e que também saibam que espécie de comportamento afetaria o amor e as preferências maternas. (WINICOTT, 2005. p.45)
As crianças possuem uma tendência natural e instintiva que as direciona ao desenvolvimento de suas potencialidades. Os pais devem ter conhecimento desse processo para que não dificultem ou impeçam o crescimento espontâneo da criança.

Pela falta de compreensão da natureza e necessidades básicas do ser humano, o pai, muitas vezes, prejudica a busca da criança pelo próprio desenvolvimento, pela criança. O modo como os pais lidam com seus filhos pode ajudá-los no desenvolvimento das suas potencialidades e no relacionamento com o mundo, possibilitando-lhes o enriquecimento pessoal através das experiências que o meio lhes proporciona.

O processo educativo (desenvolvimento gradativo da capacidade física, intelectual e moral do ser humano) familiar deve ser adequado para possibilitar à criança o sucesso na aprendizagem, proporcionando-lhe a motivação, o interesse e a concentração necessária para a apreensão do conhecimento.
O trabalho dos pais integrado à escola torna-se essencial para que ambos falem a mesma linguagem, auxiliando na aprendizagem do educando. É importante que os pais participem constantemente das atividades proporcionadas pela escola, incentivando seus filhos para o mesmo, pois esta união de esforços enriquecerá todo o processo de ensino-aprendizagem (BOLLMAN et al., 2001, p. 65).

Se o psicopedagogo exercer uma atuação de intermediador durante as reuniões escolares, transmitindo o pensamento do sujeito como um todo inserido na família, escola, trabalho, comunidade e sociedade poderá promover a inclusão, equiparação de oportunidades e a transformação de modelos tradicionais de aprendizagem e clássicos de atendimento na área de saúde (JARDIM, 2006). É preciso analisar e atuar com visão crítica e reflexiva sobre as questões culturais, políticas, da formação profissional e pessoal, dos envolvidos com o problema.

A intervenção psicopedagógica veio introduzir uma contribuição mais opulenta no ponto de vista pedagógico. O processo de aprendizagem da criança é compreendido como um processo pluricausal, abrangente, implicando componentes de vários eixos de estruturação: afetivos, cognitivos, motores, sociais, econômicos, políticos etc. Os motivos do processo de aprendizagem, bem como das dificuldades de aprendizagem, deixam de ser localizadas somente no aluno e no professor e passa a ser vista como um processo maior com inúmeras variáveis que precisam ser apreendidas com bastante cuidado pelo professor e psicopedagogo (JARDIM, 2006).

A adequação desse processo compreende o atendimento às necessidades da criança quanto à presença dos pais compartilhando suas experiências e sentimentos, orientação firme quanto aos comportamentos adequados, possibilidade de escolhas, certa autonomia nas suas ações, organização da sua rotina, oportunidade constante de aprendizagem e respeito e valorização como pessoa.
Hoje o contraste entre a escola e a família pode não ser muito grande porque a própria escola pública ainda não assimilou quase nada de todo o progresso da psicologia da educação e da didática, utilizando métodos de ensino muito próximos ou idênticos aos do senso comum predominantes nas relações familiares. (PARO 2000. p. 16)
Dificuldades escolares apresentadas pelas crianças, relacionadas à falta de concentração e indisciplina ocorrem e podem ser causadas pela ausência de limites.

A primeira geração educou os filhos de maneira patriarcal, isto é, os filhos eram obrigados a cumprir as determinações que lhes eram impostas pelo pai.

O relacionamento familiar também é fundamental no processo educativo. A criança estará muito mais receptiva às instruções dos pais, se os membros da família se respeitarem entre si, procurando conversar e colaborar um com o outro. É importante a participação dos pais na vida dos filhos, numa convivência como companheiros, compartilhando emoções, o que contribui muito para a disciplina.

Todos esses aspectos citados e muitos outros são fundamentais para que o desenvolvimento da criança se efetive. Portanto, a família necessita da ajuda dos profissionais da psicopedagogia na aquisição desses conhecimentos básicos e essenciais para que possa cumprir seu papel de facilitadora do processo de aprendizagem de seus filhos, através de comportamentos mais adaptativos.
as crianças em geral aceitam a segurança como um pressuposto básico. Acreditam numa boa assistência materna e paterna desde muito cedo, porque a tiveram. Possuem um sentimento de segurança que é constantemente reforçado por seus testes com os pais e sua família, com os professores na escola, com seus amigos e toda a espécie de pessoas que conhecem. (WINICOTT, 2005. p.106)
A escola também necessita de uma relação de cooperação com a família, pois os professores precisam conhecer as dinâmicas internas e o universo sócio-cultural vivenciados pelos seus alunos, para que possam respeitá-los, compreendê-los e tenham condições de intervirem na promoção de expressões de sucesso e não de fracasso diagnosticado (CAETANO, 2002)

Precisa ainda, dessa relação de parceria para poderem também compartilhar com a família os aspectos de conduta do filho: aproveitamento escolar, qualidade na realização das tarefas, relacionamento com professores e colegas, atitudes, valores, respeito às regras. 

Para Caetano (2002), a educação, enquanto fenômeno universal comporta diversas tensões no interior de e entre seus diferentes âmbitos. Quando enfrentadas de modo produtivo, estas tensões podem fornecer valiosos subsídios para a reflexão e análise do fenômeno educativo. Dois âmbitos educativos tensos, tanto no seu interior quanto na sua relação um com o outro, são a família e a escola.

Enquanto instâncias sócio-educativas formais, a família e a escola foram dois dos principais ambientes de formação ao longo da história, mesmo considerando que outras instâncias sócio-educativas também tiveram um papel muito forte como, por exemplo, o Estado e a Igreja. Nos tempos atuais, porém, família e escola parecem perder o poder e o espaço que tiveram outrora no sentido da formação do indivíduo. Os "porquês" e as consequências deste fato não cabem nos modestos limites desta reflexão, mas devem ser considerados sempre que se pretender analisar mais amplamente as questões que envolvem escola e família.

IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O psicopedagogo que atua em âmbito educacional deve ter por objetivo, conduzir professores, diretores e profissionais pedagógicos a repensar o papel da escola frente à prevenção das dificuldades de aprendizagem da criança.  No entanto, ressalta-se que mesmo a escola priorizando os problemas de aprendizagem, esta nunca conseguirá abrangê-los em sua totalidade, pois crianças mais comprometidas necessitam de atendimento psicopedagógico mais especializado em clínicas. Por isso, o psicopedagogo pode atuar de uma forma mais preventiva, objetivando reduzir ou evitar os problemas de aprendizagem em âmbito escolar ou de forma clínica, onde dá atendimento às crianças com maiores comprometimentos, cujas dificuldades não podem ser resolvidas na escola.

A atuação do psicopedagogo não engloba somente seu espaço físico de atuação, mas também sua maneira de pensar a Psicopedagogia e seu conhecimento a respeito da área.

O profissional que atua na prevenção das dificuldades de aprendizagem atua no sentido de fazer com que um número menor de crianças sejam encaminhadas para clínicas, propiciando uma significativa melhoria no rendimento escolar como um todo.  O Psicopedagogo que atua em âmbito escolar deve fazer com que a escola acompanhe o desenvolvimento de seus alunos e seja um verdadeiro espaço de construção de conhecimentos, oferecendo suporte para que todos os envolvidos neste processo compreendam a necessidade de se realizar transformações efetivas.

Para que um psicopedagogo consiga ter um bom desempenho, é preciso que ele conquiste seu espaço dentro da escola, o que ainda não é uma tarefa fácil, pois a maior parte das escolas acreditam que o orientador educacional é capaz de solucionar todos os problemas.

Também, o psicopedagogo pode atuar no sentido de avaliar como se dá o relacionamento entre professor e aluno, pois muitas vezes, este relacionamento pode estar acontecendo de forma negativa, pelo fato do professor não conhecer bem o aluno, e, portanto, distanciar-se de suas necessidades. Muitas vezes, também, o professor não consegue identificar a fase de desenvolvimento cognitivo ou afetivo em que encontra-se o aluno, ou desconhece os problemas pelos quais a criança está passando no ambiente familiar.

Por isso, é importante que o psicopedagogo escolar participe de reunião de pais, a fim de que possa esclarecer o que se está acontecendo com a criança na escola, auxiliando os pais na identificação das reais necessidades de seus filhos e ensinando-os a estimular seus filhos em tarefas escolares realizadas em casa. Quando necessário o psicopedagogo encontrar-se separadamente com alguns pais, para melhor orientá-los ou conhecer melhor o ambiente familiar da criança que está apresentando problemas na escola.

Para tanto, é necessário que o psicopedagogo analise a programação da escola a fim de que possa obter subsídios para sua atuação. A administração de uma escola é representada pelo seu organograma, assim, o psicopedagogo pode dar início a seu diagnóstico escolar através da análise do mesmo, estudando as suas relações e estabelecendo conexões com as demais áreas programadas. Analisando-se cada profissional da escola, o psicopedagogo identifica se um determinado profissional está desempenhando sua função de forma adequada e consegue sugerir mudanças.

Face ao exposto, conclui-se que a atuação do psicopedagogo escolar tem início a partir da análise da organização como um todo. É muito importante o trabalho em equipe, junto aos professores, alunos e pessoal administrativo, a fim de que busque-se por melhorias no relacionamento entre si e entre os grupos, visando prioritariamente o aperfeiçoamento das condições de aprendizagem tanto individual, como do grupo.

Logo, o psicopedagogo tem sua importância, que é o de ser um fio condutor e alinhar todas as informações desde a escola até a família e a criança, fazendo com que, o código de comunicação construído e praticado na família seja compatível com o código da escola, estabelecendo assim um relacionamento de parceria e consequentemente contribuindo na formação integral da criança.

V. BIBLIOGRAFIA

ALTHUON, B; ESSLE, C e STOEBER, I. Reunião de Pais: sofrimento ou prazer? São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.
 
BEAUCLAIR, J. Psicopedagogia: trabalhando competências, criando habilidades. Coleção Olhar Psicopedagógico. Rio de Janeiro: Editora WAK, 2004. (Coleção Olhar Psicopedagógico)
 
BOLLMAN, C. M. S. et al. Interação Pais e Escola. Rev. PEC, Curitiba, v.1., n.1, p.65-68, jul.2000-jul.2001.
 
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Ministério da Educação e Cultura: Brasília, 1996.
 
CAETANO, L. M. Relação Escola e Família: Uma proposta de parceria. Instituto de Psicologia/Universidade de São Paulo-USP, 2002.
 
JARDIM, A. P. Relação entre escola e família: proposta de ação no processo de ensino-aprendizagem. Dissertação de Mestrado. Universidade do Oeste Paulista, Presidente Prudente, 2006.
 
PARO, V. Qualidade de ensino: a contribuição dos pais. São Paulo: Xamã, 2000.
 
VISCA, J. Psicopedagogia: novas contribuições. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.
 
WINNICOTT, D. W. Conversando com os pais. São Paulo: Martins Fontes 2005.

 Autor: Luzia Stecanela da Costa

Um comentário:

  1. Parabéns pelo blog, com certeza auxilia vários profissionais em suas dúvidas e no dia a dia, parabéns.

    psicopedagoga Valeria

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