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MARAVILHOSA, Rio de Janeiro, Brazil
Diante de tanta contradição da vida, aprendi que devo ter alto astral acima de qualquer coisa!Eu nunca imaginei que seria pedagoga. Não me preparei para isso. Ela chegou sem que eu preparasse o seu caminho e por isso fiquei tão apaixonada. Essa é para mim a profissão mais linda e digna que existe... Sem sonharmos e idealizarmos algo melhor, nunca poderemos alcançar um diferencial.Essa é minha ideologia e não posso deixar que apaguem por não acreditarem que existe solução para a educação do nosso país,"Não,podemos viver sem ideologias, ter sucesso sem acreditar em valores fortes, concretos,lutar por nossos objetivos sem acreditar que eles serão alcançados,almejar uma vida de realizações soterrando nossas verdadeiras crenças.Tenha suas ideologias muito bem definidas e paute sua vida sobre elas. Não tenha medo do que os outros vão pensar se você está realmente convicto no que acredita ser o certo,não tenha medo de fracassar embasado nelas, aprenda que neste mundo nada é absolutamente ruim ou bom e que sempre,terá que defender suas escolhas e pagar por elas." Eu estou consciente pela escolha que fiz na minha vida profissional,e você?

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Este espaço é algo criado por mim para dividir, com todos que, assim como eu, adoram de fato o que fazem dentro da educação, um pouco do que pesquiso na internet e também do que tenho de material voltado à esta área que de fato sou louca de paixão.

Peço desculpas pela demora em atualizar os conteúdos.

No mais, a todos que visitam este blog, espero que até o momento tudo que há de conteúdo esteja sendo agradável.

Com carinho,

Lu Moraes
contato: luciana.moraesmaluf@gmail.com
msn: pedlumoraes@hotmail.com

“Ninguém começa a ser educador numa certa terça-feira às quatro horas da tarde. Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão sobre a prática”

(Paulo Freire, em “A educação na cidade”)

“Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se encantar com a colheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes" Gabriel Chalita

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Eu fico com a pureza da resposta das crianças: a vida é bonita.
Viver e não ter a vergonha de ser feliz.
Cantar e... cantar e ...cantar a eterna beleza de ser aprendiz.
Eu sei que a vida devia ser bem melhor. E será.
Mas issoo impede que eu repita: é bonita, é bonita, é bonita!
(Gonzaguinha).

"Há os que adquirem conhecimento pelo valor do conhecimento - e isto é vaidade de baixo nível. Mas há os que desejam tê-lo para edificar outros - e isto é amor. E há outros que o desejam para que eles mesmos sejam edificados - e isto é sabedoria." - (Bernardo de Claraval)
"Todas as postagens que não são de minha autoria é dado o devido crédito e citado a fonte, até porque quando se copia algo de alguem a intenção não é fazer plágio, e sim divulgar as informações para um maior número de pessoas favorecendo assim o conhecimento."
Lucia Araújo/cc: Luciana Moraes

sexta-feira, 29 de abril de 2011

IV Congresso Nacional de Filosofia e Educação


O evento, promovido por colégios da Rede Notre Dame, acontecerá no Colégio Notre Dame Ipanema, nos dias 15 e 16 de julho deste ano e tem como tema “Diálogos Filosóficos” que trará aos congressistas palestras, debates e paineis sobre as possibilidades de interação da Filosofia nas áreas do conhecimento: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas.

Dr.Clovis de Barros Filho, um dos grandes nomes no cenário nacional de Filosofia, já é um dos palestrantes confirmados no evento. Ele possui graduação em Direito pela USP, graduação em Jornalismo pela Casper Líbero, mestrado em Science Politique – Universite de Paris III (Sorbonne-Nouvelle) e doutorado em Ciências da Comunicação pela USP (2002), obteve a Livre-Docência pela Escola de Comunicações e Artes da USP (2007).  Outros nomes confirmados: Dr. Charles Feitosa, Dr. Jose Abdalla Helayël e Dr. Miguel Angel Barrenechea.

Outra presença confirmada é a de Eisnten!
 
A apresentação teatral da peça Einsten, da Cia.Teatral Arte e Ciência no Palco, vencedora do Prêmio Mambembe da Funarte em 1998 de Melhor Ator.  A peça humaniza o mito e percorre os vários aspectos da personalidade do gênio, do jeito engraçado como narra sua infância à dor de sua desatenção familiar e sua vocação solitária. Alcança o ápice quando trata da relação ciência e poder, compondo com íntima dramaticidade a história do maior cientista do século 20. Veja o que a crítica fala da peça: “Einstein Vive!” (VEJA – Rio, Débora Ghivelder), “Um gênio mais próximo de todos nós.” (O GLOBO, Bárbara Heliodora), “Uma interpretação brilhante e comovente.” (VEJA – SP)

Programação completa do Congresso de Filosofia


Das 7:30 às 8h- Acolhida e credenciamento

Das 8h às 8:30 – Abertura: Oração e “Teatrofilô” com a Cia. Teatral Notre Dame

Das 8:30 às 9h – Mesa de abertura para início dos trabalhos – Direção, Autoridades, Equipe de Filosofia Notre Dame e coordenação do evento

Das 9h às 11h– Palestra com o Prof. Dr. Clovis de Barros Filho

O que significa filosofar? ou O que é filosofar? 

 Em sua palestra, Prof. Clóvis, um dos mais solicitados palestrantes filosóficos do país, apresentará de uma forma ampla e abrangente o que vai ser delimitado nas demais ciências no dia seguinte, ou seja, a essência do pensamento filosófico, discutindo sua especificidade e suas características, além de sua relevância e urgência.

Clóvis de Barros Filho possui graduação em Direito pela Universidade de São Paulo (1986), graduação em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Casper Líbero (1985), mestrado em Science Politique – Universite de Paris III (Sorbonne-Nouvelle) (1990) e doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (2002). Obteve a Livre-Docência pela Escola de Comunicações e Artes da USP (2007). Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Teoria e Ética do Jornalismo, e Teoria e Ética da Publicidade atuando principalmente nos seguintes temas: ética, comunicação, habitus, jornalismo e publicidade.

Das 11h às 11:30 – Intervalo

Das 11:30 às 12h  – Diálogo sobre a palestra de abertura com Prof. Dr. Clovis de Barros Filho

Das 12h às 13:30 – Almoço

Das 14h às 15:30 – Espetáculo Teatral: EINSTEIN – da Cia Teatral Arte e Ciência no Palco

O premiado espetáculo EINSTEIN completa 12 anos no Brasil e já esteve em mais de 350 cidades brasileiras. ”Tudo que é dito na peça é historicamente do EINSTEIN”. A peça humaniza o mito e percorre os vários aspectos da personalidade do gênio, do jeito engraçado como narra sua infância à dor de sua desatenção familiar e sua vocação solitária. Alcança o ápice quando trata da relação ciência e poder, compondo com íntima dramaticidade a história do maior cientista do século 20. Enquanto se veste para um jantar, Einstein conversa com a platéia em tom intimista. Em dúvida se faz um discurso ou se toca violino ele acaba revelando, com simplicidade e bom humor, seu processo criativo, suas teorias, seu relacionamento familiar, suas dificuldades escolares e o domínio nazista na Alemanha de 1930. Discute o poder e a ciência, a ética e faz um libelo contra o terror das guerras e toda a forma de opressão e violência.
  • PRÊMIO MAMBEMBE (1998/Funarte) MELHOR ATOR Carlos Palma
  • “Einstein Vive!” (VEJA – Rio, Débora Ghivelder)
  • “Um gênio mais próximo de todos nós.” (O GLOBO, Bárbara Heliodora)
  • “Uma interpretação brilhante e comovente.” (VEJA – SP)
  • “Um jogo seguro do ator que resiste a tentação de brilhar mais que o personagem.” (JT)
  • “É impressionante como parece o próprio Einstein.” (Jô Soares)
  • “Imperdível.” (TV CULTURA – Metrópolis)
  • “Faz olhar velhos problemas sob um novo ângulo.” (TRIBUNA JUDÁICA)
Das 15:30 às 17h- Oficinas e Comunicações
Das 17h às 17:30 - Intervalo
Das 17:30 às 19h - Oficinas e Comunicações


Das 8h às 8:30– Abertura / Oração
Das 8:30 às 9h – “Tetrofilô” – Cia Teatral Notre Dame
Das 9h às 11h– Conferências por área:
  • Filosofia, Literatura e Arte – Prof. Dr. Charles Feitosa UNIRIO
    “A Arte de Ensinar com Arte”
    Resumo: Parto do pressuposto de que os problemas de ensino (tanto no nível fundamental, médio ou superior) tocam sempre a questão do encontro entre a filosofia e a não-filosofia. Por “não-filosofia” entenda-se não somente os estudantes em geral, mas também o senso comum, a religião, a arte e as demais ciências…. Em geral espera-se que o encontro seja unilateral, isto é, que a transformação só se dê no lado de quem aprende, mas o ideal do encontro deveria apontar para uma transformação dos dois pólos, como um encontro assimétrico entre desiguais. No encontro com o outro, ao contrário, sou obrigado muitas vezes a rever minhas posições e a enriquecer meus pontos de vista sobre o que ensino. Especialmente o encontro entre a filosofia e as artes traz riscos para ambos os lados: o filósofo quer às vezes apenas usar a arte como exemplo luxuoso para fins de atestação de seus argumentos. O artista, por sua vez, quer, às vezes, apenas dar uma aparência de densidade conceitual às suas obras através de empréstimos apressados de determinadas idéias filosóficas. Um quer que o outro trabalhe para si. Penso que será preciso escapar dessas duas atitudes e é no contexto dessas questões que proponho uma reflexão acerca da “arte de ensinar com arte”.
     
  • Charles Feitosa é Doutor em Filosofia pela Universidade de Freiburg i. B. (Alemanha), professor e pesquisador do DFCS (Departamento de Filosofia e Ciências Sociais) e do PPGAC (Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas) da UNIRIO, além de autor, entre outros, do livro “Explicando a Filosofia com Arte” (Ediouro, Rio de Janeiro, 2004). Atualmente é professor e pesquisador no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e vice-coordenador da graduação em Filosofia da UNIRIO. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Estética moderna e contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: arte, memória, finitude, corpo, cultura pop, dança e feiúra.
  • Filosofia e Ciências da Natureza – Prof. Dr. Jose Abdalla Helayël Neto
    ”A Visão de Universo da Física Contemporânea e Novos Desafios ao Debate da Filosofia”.
    Resumo:
    A busca pela compreensão da composição e da estrutura da matéria em suas instâncias submicroscópicas indica a existência de 4 campos de forças fundamentais na Natureza. Na tentativa de compreendê-las, modelos e teorias vêm sendo formulados nos últimos 80 anos e, em anos mais recentes, uma corrente principal aponta para a idéia de uma Grande-Unificação, que propõe uma origem comum para estes distintos campos de força e estabelece a existência de um regime primordial no qual uma única interação domina nos processos da Natureza. Com o projeto de uma unificação, novas concepções entram em cena: dimensões espaciais adicionais, categorias de matéria radicalmente diferentes das matérias atômica e nuclear conhecidas e outras modalidades de radiação responsável por um Universo que se expande aceleradamente. Os mais recentes avanços da teoria levam-nos a um Universo multidimensional, cuja arquitetura espaço-temporal está sendo desenhada juntamente com a história que se está escrevendo de uma Ciência onde teoria e experimentçãso estão revendo os seus papéis, redifinindo as suas prioridades e estabelecendo um novo modo de se proceder cientificamente.

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  • Possui Graduação (BSc, 1975) e Mestrado (MSc, 1978) em Física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Magister Philosophiae em Física (MPh) pela International School for Advanced Studies in Trieste (1981) e PhD em Física, também pela International School for Advanced Studies in Trieste (1983), onde trabalhou no Grupo do Prof. Abdus Salam sob a orientação do Prof. J. J. Strathdee. Realizou seus estágios de Pós-Doutoramento no Abdus Salam International Centre for Theoretical Physics (ICTP), na International School for Advanced Studies in Trieste (SISSA), na Università degli Studi di Trieste e no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCT), onde é, atualmente, Pesquisador Titular III, alocado na Coordenação de Física Experimental de Altas Energias (LAFEX). É Membro Efetivo e Coordenador Científico do Grupo de Física Teórica José Leite Lopes (GFT – JLL), participando também da Coordenação Científica da Aprendanet-Petrópolis. Tem experiência na área de Física, com ênfase em Teoria Geral de Partículas e Campos, concentrando-se principalmente nos tópicos: Supersimetria/Supergravidade, Teorias de Yang-Mills em Dimensões Arbitrárias e Aspectos Perturbativos das Teorias Quânticas de Campos. No CBPF, concentra grande parte de seu tempo nas atividades de ensino e formação, ministrando cursos e orientando estudantes de Mestrado e Doutorado no Programa de Pós-Graduação da Instituição e graduandos em Programa de Iniciação Científica no CBPF. O pesquisador dedica também parte de seu tempo à pesquisa e ao ensino na área da Educação, com foco na Educação em Periferias Urbanas, trabalhando em projetos de pesquisa e extensão que focalizam a Educação Científica, a Divulgação das Ciências, a Orientação Vocacional e o Ensino em Cursos de Pré-Vestibular Comunitários voltados para as classes populares. No Núcleo de Petrópolis e em alguns Núcleos do Rio de Janeiro ensina as disciplinas de Física Geral, Química, Introdução à Mecânica Quântica, Introdução à Física de Partículas/Modelo-Padrão e Ciência-Cultura-Cidadania.
  • Filosofia e Matemática – Prof. Dr. Rodolfo Petrônio
    “A Matemática e o Mundo”
    Resumo: Diz a lenda que Denis Diderot, Enciclopedista e ateu, em visita à imperatriz russa Catarina, a Grande, teve de retirar-se da corte envergonhado quando Leonhard Euler, o genial matemático, escreveu algumas fórmulas matemáticas ininteligíveis e concluiu, “Portanto, Deus existe”. Mas, será Deus objeto da matemática? Esta curta história visa apenas motivar as seguintes questões: Qual o alcance da matemática, especialmente da física-matemática? Seria de natureza ontológica, a saber, a ciência, por meio da matemática, descortinaria uma essência da realidade? Seria de natureza puramente epistemológica, a saber, dar-nos-ia tão-somente algum tipo de conhecimento limitado sobre o mundo? E, se for este o caso, que tipo de conhecimento seria? Bem, as perguntas nos mostram o quão complexas, conquanto extraordinariamente relevantes, podem vir a ser as respostas com respeito à relação da matemática com o mundo, assim como definir que domínio de objetos está em jogo ao se investigar esta relação. A palestra, claro, sequer pretende rascunhar as respostas, mas apenas mostrar o quão atual e necessário se faz buscar respondê-las.
     
  • Possui graduação em engenharia naval pela UFRJ (1980), mestrado em filosofia pela UFRJ (2004), e doutorado em filosofia pela PUC-Rio (2008). Realizou estágio pós-doutoral na UERJ entre 2009 e 2010. Atualmente é chefe do Departamento de Filosofia e Ciências Sociais (DFCS) da UNIRIO e líder do Grupo de Estudos em Filosofia e Ontologia da Natureza, certificado pela UNIRIO no CNPq.
  • Filosofia e Ciências Humanas – Profa. Dra.Valéria Wilke
    “Da (in)utilidade da Filosofia para a História: um olhar lançado sobre a contemporaneidade”
    Resumo: Fim da História, esgotamento do tempo histórico, tendência à valorização extremada do instante e do agora – sintomas de uma época, nossa época, aspectos presentes em análises da contemporaneidade: provocações que a Filosofia tem diante de seus olhos nos tempos atuais. O que a perspectiva filosófica tem a dizer sobre elas?
    Professora Adjunta do Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/Unirio. Doutora em Ciência da Informação pelo Instituto brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia/UFF (2009). Mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1996). Bacharel e licenciada em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1991). Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (1984). Tem experiência na área de Filosofia, atuando principalmente nos seguintes temas: filosofia e informação, epistemologia e teoria do conhecimento, história e filosofia da ciência, texto fílmico, educação, memória e leitura. 
  • Diretora da Faculdade de Filosofia da Unirio.
  • Filosofia e Pedagogia – Prof. Dr. Miguel Angel Barrenechea
    “Filosofia e Educação - De uma Pedagogia do Universal a uma Pedagogia da Singularidade.”
     
  • Resumo: Nesta conferência, meu objetivo é refletir sobre algumas das principais orientações da educação do ocidente, partindo da concepção pedagógica platônica – tal como é desenvolvida em A república -, cujo objetivo é impor um modelo educativo, pretensamente válido para todos, em todo tempo e lugar, para analisar posteriormente a perspectiva nietzschiana de educação. Na teoria do filósofo alemão, poderemos perceber uma concepção de formação que, longe de propor a universalidade dos critérios educativos – como na república ideal platônica -, conclama a realização do mais singular de cada discente, convoca ao desafio de “chegar a ser o que se é”.

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    Possui Graduação em Filosofia – Universidad Nacional de La Plata (1978), Mestrado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1991), Doutorado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1998) e Pós-doutorado em Filosofia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (2006). Atualmente é Professor Associado 2 da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, atuando como docente e pesquisador nos Programas de Pós-Graduação em Memória Social e Educação e no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais. É Coordenador de Disciplina, bolsista da Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Rio de Janeiro (CECIERJ/CEDERJ) . Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Nietzsche, atuando principalmente nos seguintes temas: Nietzsche, memória, tragédia, educação, ética e arte. Autor de Nietzsche e o corpo (RJ: 7 Letras, 2009); Nietzsche e a liberdade (RJ: 7 Letras, 2008); Organizador de:As dobras da memória (RJ: 7 Letras, 2008); Co-organizador de: Nietzsche e os gregos (RJ: DP &A, 2006); A fidelidade à terra (RJ: DP&A, 2003); Memória e Espaço. Trilhas do contemporâneo (RJ: 7 Letras, 2003); Para uma filosofia do futuro (RJ: 7 Letras, 2001); Assim falou Nietzsche II (RJ: Relume Dumará: 2000); Assim falou Nietzsche (RJ: 7 Letras: 1999). Está concluindo a organização de: Nietzsche e as ciências, que será lançado pela 7 Letras em abril 2011.
Das 10:30 às 11h – Intervalo
Das 11h às 12:30 – Mesa Interdisciplinar de Conclusões e Participações
Às 12:30 – Encerramento
*Programação sujeita a alteração.

 

EVENTOS ACADÊMICOS - ProPed - UERJ

Dr. Richard Luecking – Presidente da TRANSCEN, Washington, USA
Tema: O Grupo de Pesquisa Inclusão e aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais: práticas pedagógicas, cultura escolar e aspectos psicossociais, através de intercâmbio com a Fullbright Comission convida a todos para atividades acadêmicas com o Prof. Dr. Richard Luecking – Presidente da TRANSCEN, Washington, USA (uma ONG voltada para inserção profissional de pessoas com deficiências)
Período: 27/4/2011
Horário: das 09:30h às 11:30h
Inscrições: Não há necessidade de inscrições.
Local: Auditório do ProPEd/UERJ
Organização: Palestra: Políticas públicas voltadas para o processo de transição escola-vida adulta-trabalho para pessoas com deficiências. Horário: das 9:30h às 11:30h . Local: RAV 122 Oficina: “Transição escola - vida adulta para pessoas com deficiências" Hor
Apoio: Linha de pesquisa Educação Inclusiva e Processos Educacionais

Palestra: Inclusão laboral de pessoas com deficiências
Horário: das 10:30h às 12:00h
Local: Auditório do ProPEd/UERJ

Oficina: Emprego customizado”
Horário: 14:00 às 17:00
Local: RAV 122
Tema: Prof. Dr. Richard Luecking – Presidente da TRANSCEN, Washington, USA O Grupo de Pesquisa Inclusão e aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais: práticas pedagógicas, cultura escolar e aspectos psicossociais, através de intercâmbio com a Fullbright Comission convida a todos para atividades acadêmicas com o Prof. Dr. Richard Luecking – Presidente da TRANSCEN, Washington, USA (uma ONG voltada para inserção profissional de pessoas com deficiências)
Período: 28/4/2011
Horário: das 10:30h às 12:00h
Inscrições: Não há necessidade de inscrições.
Local: Auditório do ProPEd/UERJ
Organização: Linha de Educação Inclusiva e Processos Educacionais
Apoio: S/P

junho/2011
VI Seminário Internacional
As redes educativas e as tecnologias:
práticas/teorias sociais na contemporaneidade
Período: 6 a 9/6/2011
Horário: das 15:00h às 18:30h
Inscrições: Comunicações: Até 25 de abril de 2011.
Ouvintes: Até 6 de junho de 2011.
Local: UERJ
Organização: Proped/UERJ, Faculdade de Educação/UERJ, ANPEd, CIVIIC/Université de Rouen, GTs: Currículo, Educação e Comunicação, Afro-descendentes e Educação
Apoio: CNPq/FAPERJ/CAPES/ANPEd/ADIFE


EVENTOS ACADÊMICOS - UFF em Maio

No dia 2 de maio, das 9h às 18h, estudantes de graduação e pós-graduação das áreas de psicologia e pedagogia, principalmente, poderão participar de uma série de atividades acadêmicas relacionadas à pesquisa e extensão na 2ª Jornada de Subjetividade e Educação, oferecida pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), com apoio da Faperj e CNPq.

O evento é público e gratuito, e dá direito a certificados aos participantes. Também podem participar estudantes de licenciaturas em geral, profissionais Psi, além de professores de ensino médio e fundamental.

Neste segundo ano, o tema da jornada é “Construções Psicanalíticas em Contextos Educativos”. Dentre as diversas atividades, será ministrada conferência pelo professor da USP e pesquisador do CNPq Leandro de Lajonquière sobre “Encontros e desencontros da psicanálise com a educação”. Serão apresentados ainda trabalhos de pesquisa e extensão de professores da UFF e UFRJ, que terão como finalidade aprofundar seus estudos e práticas por meio do compartilhamento com a comunidade acadêmica.

O evento busca, além de despertar o interesse de jovens pesquisadores, incrementar as contribuições de estudantes e profissionais, professores e psicólogos, de forma a aprimorar a educação brasileira em bases transdisciplinares. A comissão organizadora é formada pelas professoras Luciana Gageiro Coutinho, Lúcia de Mello Lehmann e Marília Etienne Arreguy, que terão apoio técnico de bolsistas da Pibic e de monitoria.

Haverá lançamento do livro “Figuras do infantil”, publicado pela Editora Vozes em 2010, do professor Leandro Lajonquière, acompanhado de coquetel. Inscrições e certificados serão feitos no dia do evento no Campus do Gragoatá, Auditório Florestan Fernandes da Faculdade de Educação, Bloco D, São Domingos, Niterói. As vagas são limitadas. Outras informações pelo e-mail 

terça-feira, 19 de abril de 2011

Disgrafia e disortografia

Disgrafia

A escrita disgráfica pode observar-se com traços pouco precisos e incontrolados. Há uma desorganização das letras, letras retocadas e “feias”. O espaço entre as linhas, palavras e letras são irregulares. Há uma desorganização do espaço ocupado na folha e pode-se referir à problemas de orientação espacial.


Há falta de pressão com debilidade dos traços, ou traços demasiadamente forte o que causa cansaço e lentidão na hora da escrita. Além disso, devido a letra ilegível há dificuldades de entendimento na hora da leitura por parte dos alunos e professores.

Recomendação da fonoaudióloga Luciana Reis

Não recomendo usar caderno de caligrafia esse poderá sobrecarregar o punho podendo dar dores no braço indo até os ombros. É preciso intervenção fonoaudiológica!

Tratamento

É importante que se faça uma avaliação fonoaudiológica o quanto antes melhor evitando-se assim o fracasso escolar.

Paciente no 3 ano com queixa de cansaço ao escrever:
Disortografia Caso Exemplo
 
Letra com traço forte e “feia”, desorganização espacial do espaço ocupado na folha e com escrita lenta.
Letra mais legível com traçado menos forte, melhor organização espacial e sem cansaço ao escrever.

Depois do tratamento de 2 meses:
Disortografia Caso Exemplo

Disortografia (Dificuldade deAprendizagem)

 A Disortografia caracteriza-se por troca de fonemas na escrita, junção (aglutinação) ou separação indevidas das palavras, confusão de sílabas, omissões de letras e inversões. Além disso, dificuldades em perceber as sinalizações gráficas como parágrafos, acentuação e pontuação.

Devido à essas dificuldades o indivíduo prepara textos reduzidos e apresenta desinteresse para a escrita. A Disortografia não compromete o traçado ou a grafia.
Um sujeito é disortográfico quando comete um grande número de erros. Até a 2ª série é comum que as crianças façam confusões ortográficas porque a relação com sons e palavras impressas ainda não estão dominadas por completo.
Causa
Considera-se que 90% das disortografias têm como causa um atraso de linguagem ou atraso global de desenvolvimento.
Tratamento
Depois de uma avaliação fonoaudiológica o profissional irá traçar um plano de tratamento para que a disortografia não se torne uma vilã na aprendizagem.
O fonoaudiólogo poderá desenvolver um atendimento preventivo antes mesmo do terceiro ano (antiga 2ª série).
Quanto antes o tratamento com um fonoaudiólogo melhor será o prognóstico!
Veja um caso clínico de um paciente com 9 anos, no 4º ano:
Disortografia Caso Exemplo
 
Exemplo de disortografia com aglutinações, omissões e separação indevida de palavra.

Após 3 meses de tratamento:

Disortografia Caso Exemplo

Escrita sem aglutinações e omissões.

Letra feia pode ser distúrbio de aprendizagem

A Disgrafia (dis=dificuldade e grafia=grafar/escrever) é um transtorno da escrita resultante de um distúrbio de integração visual-motora, que afeta a capacidade de escrever ou copiar letras, palavras e números. Trata-se de um transtorno funcional e apresenta-se em crianças com capacidade intelectual normal, sem transtornos neurológicos, sensoriais, motores e/ou afetivos que justifiquem tal dificuldade. Apesar de alguns autores terem visões diferentes quanto ao termo disgrafia e disortografia, abordaremos a disgrafia como sendo um prejuízo que o indivíduo possui na execução do ato motor destinado à escrita e não das trocas, omissões, inversões e contaminações de letras/palavras, que seriam características da disortografia. De modo geral, a escrita é uma linguagem visual expressiva, que faz uso de uma série de operações cognitivas, tais como percepção auditiva, visual, discriminação tátil, cinestésica. Ou seja, é um sistema visual simbólico, que converte pensamento, sentimento e idéias em símbolos gráficos, que envolve análise de todos estes subsistemas. Para o desenvolvimento da escrita adequada, existem alguns pré-requisitos, como aspectos cognitivos, afetivo, motor e linguagem que são necessários observar: – Esquema corporal (planta do indivíduo) é a organização das sensações relativas ao seu próprio corpo em relação ao mundo exterior; – Lateralidade (dominância=força e precisão) conceito de direita e esquerda será mais fácil de ser interiorizado a medida que sua dominância for mais homogênea; – Estruturação espacial: o indivíduo deve ser capaz de situar-se e situar objetos uns em relação aos outros; – Orientação temporal: envolve a capacidade de situar-se em função da sucessão dos acontecimentos (antes, após, durante), duração dos intervalos, noções de tempo longo e curto (hora, minuto), ritmo regular, irregular (aceleração, freada); – Pré-escrita: domínio do gesto e da direção gráfica (da esquerda para direita). Quando realizamos uma avaliação psicomotora, observamos algumas características que podem auxiliar no diagnóstico, e que diferenciam os subtipos de disgrafia: Pura (inconsciente): quadro disgráfico em crianças com conflitos emocionais importantes, que usam a escrita para chamar a atenção pela “letra defeituosa”. Conflito emocional importante: . escrita instável, com proporções inadequadas; . deficiente espaçamento e inclinações Mista: apresenta conflitos emocionais associados à déficits perceptivo-motor (tipo de disgrafia mais freqüente): – dificuldade na forma, tamanho da letra; – inclinação defeituosa (inicia uma frase no canto superior esquerdo e acaba no canto inferior direito); – deficiente espaçamento entre letras, margens; – ligamento defeituoso entre letras da palavra; – não direciona o giro da escrita; – pressão do lápis ou caneta na escrita ou falta desta; – rasuras; – transtorno de ritmo; – alteração de postura; – letra ininteligível – lentidão; – alteração dos fatores psicomotores; – impulsividade; – transtorno da atenção; – transtorno do esquema corporal; Reativas: devido a transtorno maturativo, pedagógico ou neurológico. Inicialmente não possuem componentes de alteração emocional. Há ainda a Disgrafia caligráfica ou motora, que ocorre alteração na forma das letras e na qualidade da escrita em seus aspectos percepto-motores. Em crianças menores, podemos observar dificuldades motoras de ritmo. Porém, somente após a alfabetização pode ser feito o diagnóstico. Para tanto é fundamental uma avaliação com profissional especializado na área. Os exercícios de pré-escrita e grafismo são necessários para aprendizagem das letras e números. Sua finalidade é fazer com que a criança atinja o domínio do gesto e do instrumento, a percepção e a compreensão da imagem a reproduzir. É importante que o indivíduo seja estimulado a realizar exercícios para o ombro, como movimentos de abrir e fechar com o brinquedo vai e vem e bolas; cotovelo (peteca), punho, mão e dedos. Estes exercícios poderão ser feitos utilizando técnicas de percepção corporal, como por exemplo relaxamento, massagens, prancha de equilíbrio e com a utilização de alguns materiais (argila, massinha, tinta , jogos). A seguir exercícios de grafismo para professores trabalharem em sala de aula: . Gestos no plano vertical (utilizando lousa, papel, pincéis, giz de cera e canetas hidrocor) para aprender a segurar corretamente o lápis; . Grandes desenhos que vão diminuindo a medida que a criança desenvolve habilidade de ombro, cotovelo e passa a adquirir destreza de punho e dedos; . O trabalho deve ser realizado sempre da esquerda para a direita. *Raquel Caruso é fonoaudióloga, psicopedagoga, psicomotricista e coordenadora da EDAC – Equipe de Diagnóstico e Atendimento Clínico, além de professora convidada da Associação Brasileira de Dislexia (ABD)

Dicas para criar materiais visuais para disléxicos

Fonte: Espaço Aprendizagem Quando se pretende criar algum tipo de material para disléxicos é importante ter em atenção vários factores que podem facilitar a compreensão dos conteúdos:
  • Use um tipo de letra clara e direita, tipo verdana, no tamanho 12 ou superior, preferencialmente num tom escuro;
  • Use espaçamento de 1,5 ou 2;
  • Opte pelo negrito em vez de itálico ou sublinhado;
  • Use texto não justificado ou justificado à esquerda, os espaços brancos distraem o leitor disléxico;
  • Faça frases e parágrafos curtos e objectivos;
  • Estruture o melhor que for possível: use títulos, listas com números ou bolas, esquemas;
  • Comece sempre uma nova frase no início da linha e não no fim da frase anterior;
  • Opte pelas colunas em vez de linhas compridas;
  • Use um fundo claro, mas sem ser branco;
  • Use e abuse de imagens ou gráficos, ajuda o disléxico a reter a informação;
  • Não use abreviações e evite a hifenização;
  • Use caixas de texto para evidenciar partes importantes do texto.

Dicas para professores de disléxicos

Fonte: Espaço Aprendizagem A melhor abordagem perante uma aluno disléxico é a  multissensorial, ou seja facilitar a aprendizagem utilizando todos os meios  disponíveis: visual, auditivo, oral, táctil e cinestésico. Esta abordagem permite que o aluno use  os seus pontos fortes para colmatar os mais fracos. Assim, algumas dicas que poderão ajudar o professor no contexto de sala de aula:
  • Interessar-se genuinamente pelo aluno disléxico e pelas suas dificuldades e especificidades e deixar que ele perceba esse interesse, para se sinta confortável para pedir ajuda;
  • Na  sala de aula, posicionar o aluno disléxico perto do professsor, para receber ajuda facilmente;
  • Repetir as novas informações e verificar se foram compreendidas;
  • Dar o tempo suficiente para o trabalho ser organizado e concluído;
  • Ensinar métodos e práticas de estudo;
  • Encorajar as práticas da sequência de ver/observar, depois tapar, depois escrever e depois verificar, utilizando a memória;
  • Ensinar as regras ortográficas;
  • Utilizar mnemónicas;
  • Incentivar o uso do computador como ferramenta de  digitação de texto;
  • Incentivar o uso do corrector ortográfico de um processamento de texto;
  • Permitir a apresentação de trabalhos de forma criativa, variada e diferente: gráficos, diagramas, processamento de texto, vídeo, audio, etc;
  • Criar e enfatizar  rotina para ajudar o aluno disléxico adquirir um sentido de organização;
  • Elogiar ,de forma verdadeira, o que aluno disléxico fizer ou disser bem,  dando-lhe a oportunidade de “brilhar”;
  • Incentivar a participação em trabalhos práticos;
  • Nunca partir do pressuposto que o aluno disléxico é preguiçoso ou descuidado;
  • Nunca fazer comparações com o resto da turma;
  • Não pedir ao aluno disléxico para ler em voz alta na sala de aula;
  • Não corrigir todos os seus erros (evitar o uso da cor vermelha, para não ser tão evidente os seus erros);
  • Não insistir na reformulação, a menos que exista um propósito claro.

Dicas para Pais de Disléxicos

Como qualquer criança, os disléxicos necessitam do apoio dos pais.  Não só para a satisfação das suas necessidades imediatas e físicas, mas também para os ajudar a criar mecanismos para ultrapassar as suas dificuldades.

Usar exercícios criativos que envolvam a memória, tais como recitar poemas infantis em conjunto, ler poemas, utilizar mímica, teatro, falar de imagens, utilizar a acção, os jogos de tabuleiro, jogar a pares, aplaudir as sílabas e cantar músicas, podem ser muito úteis.

 

Estas são algumas dicas/estratégias que também se poderão revelar importantes:
  • Incentivar a prática de exercício físico, em que se promova o atirar, capturar, chutar bolas, saltar e treinar o equilíbrio;
  • Incentivar a prática de actividades lúdicas e artísticas, como dança, pintura ou outra que a criança se sinta inclinada;
  • Incentivar o gosto pela leitura,  usando a linguagem dos livros — as imagens, as palavras e as letras — para perceber que os livros podem ser analisados, lidos e desfrutados, vezes sem conta;
  • Mostrar como segurar num livro, de que forma ele abre, onde começa a história, onde é o topo da página e que direcção segue o texto, apreciar as imagens;
  • Promover o aspecto cultural: visitar museus, assitir peças de teatro ou musicais,conhecer outras cidades, etc
  • Ajudar a criança disléxica a aprender a seguir instruções,  por exemplo, “por favor pega no lápis e coloca-o na caixa”, e fazer gradualmente sequências mais longas, por exemplo, “ir à prateleira, encontrar a caixa vermelha, trazê-la para mim”. Incentivar a criança disléxica a repetir a instrução antes de a realizar.

Valorizar o disléxico na sala de aula

Raramente o disléxico recebe certificados ou prêmios academicos. No entanto, pode e deve valorizar o disléxico por tudo aquilo que ele alcança, mesmo sem ser academicamente:


* Ajuda dada aos colegas;
* Demonstração de esforço (independentemente do sucesso);
* Materiais organizados;
* Simpatia para com os colegas;
* Vontade em participar;
* Permanecer atento e calmo;
* Boas maneiras / boa educação;
* Dar o exemplo para outros;
* Desejo de se envolver noutras actividades da escola (clubes, produções, etc);

Todos os dias na escola, o disléxico enfrenta o fracasso, desde a escrita até à matemática. Assim, o disléxico constata que não consegue fazer o que os outros fazem e considera-se “burro, “estúpido”.
E como a dislexia não é como partir um braço – visível – o próprio sistema escolar promove este tipo de pensamento:
“- Oh, tem o braço partido, claro que não consegue escrever, isso não tem nada a ver com inteligência!”
Mas ninguém diz:
“ Oh, claro que não consegue ler, o cérebro funciona de forma diferente, mas não há nada de errado com a sua inteligência!”

Torna-se, assim, importante trabalhar a auto-estima e auto confiança de cada criança ou jovem disléxico. Só palavras não são suficientes para motivar o disléxico, ele precisa de perceber na prática que é capaz e inteligente como os demais.
Pegue numa folha e divida-a em duas colunas. De forma objectiva e verdadeira escreva numa coluna “Coisas em que eu sou bom” e noutra coluna “Coisas em que eu sou menos bom”.
Provavelmente terá duas colunas assim:
Coisas em que eu sou bom
* Nadar
* Basquetebol
* Desenhar
* Tomar conta dos  meus ratos
* Pintar
* Fazer rir
* Ajudar os outros
* Decorar
* Etc
Coisas em que sou menos bom
* Soletrar
* Ler
* Escrever
* Calcular
* Etc
Constatem juntos que afinal a lista de “defeitos” é menor e portanto o disléxico tem razões para se sentir bem e apreciar a sua personalidade.

Disléxicos e auto estima

Auto estima é a característica vital para qualquer adolescente disléxico, sendo essencialmente desenvolvida no lar. Sentir-se livre da pressão é muito importante e é mais fácil de manter em casa.
Os pais podem construir a confiança/ auto-estima dos seus filhos, elogiando-os verdadeiramente e mostrando-lhes que apreciam o seu valor e a sua companhia.
A educação dada pelos pais pode ajudar com problemas de concentração e mais tempo pode ser gasto em interesses especiais do jovem, dando-lhes oportunidades de experimentar o sucesso.
Chega um momento em que, para se tornarem adultos bem sucedidos, os adolescentes disléxicos deve reconhecer e aceitar a sua combinação única de pontos fortes e dificuldades.
Até que isto suceda, adolescentes disléxicos não vão assumir a responsabilidade e agir para superar os obstáculos e os problemas que a dislexia cria.
Adultos disléxicos bem sucedidos têm invariavelmente sucedido por se concentrarem nos seus próprios dons particulares e não incidindo sobre as suas dificuldades.
Esta é, na realidade o grande segredo para lidar com a dislexia.

conti....







 

O que são Distúrbios de Aprendizagem?

Quanta coisa há para saber sobre disturbios ou dificuldades de aprendizagens. Estou postando alguas coisas para comparação e compreensão dessas causas que atrapalham o desenvolvimento educacional de crianças e jovens.

Os distúrbios de aprendizagem podem ser encontrados em crianças, adolescentes e pessoas na fase adulta. Eles geram dificuldades que estão presentes no cotidiano da escola sendo enfrentadas por educadores e também pelos responsáveis e demais pessoas que convivem com indivíduos detentores desses problemas. Muitas vezes, crianças e adolescentes têm sua imagem denegrida por adjetivos como, por exemplo, preguiçosas e desinteressadas em função da falta de conhecimentos de seus educadores. Existe um grande número de professores que desconhecem os distúrbios deaprendizagem e não possuem as capacidades necessárias para lidar com eles, agindo de forma errônea na execução do seu trabalho. As próprias crianças são o alvo para explicar o fracasso escolar e as responsabilidades por não aprenderem são atribuídas a elas mesmas. Em muitos casos, é desenvolvida uma autoestima negativa e isso pode ser levado até a vida adulta. Além de prejudicar de forma particular essas crianças, ainda impede o envolvimento do processo de ensino de uma maneira geral, isentando o sistema

de ensino de qualquer erro ou defasagem em sua qualidade. Para analisar as

dificuldades de aprendizagem é preciso considerar o processo todo e não apenas a

capacidade de quem aprende ou deixa de aprender. Sendo assim, é fundamental que

os educadores, de maneira geral, conheçam os problemas mais comuns relacionados

à aprendizagem para saber agir diante deles ou, ao menos, encaminhá-los a

profissionais especializados.

3

Os distúrbios de aprendizagem não são caracterizados pela falta de

inteligência, mas ao contrário. Muitas das pessoas que os possuem têm QI

(Quociente de Inteligência) acima da média. Eles constituem deficiências

reversíveis, tendo que receber atenção especial e formas de ensino apropriadas.

As deficiências no processo de aprendizagem podem ter diversas causas que

afetam a capacidade dos indivíduos. Exemplos delas são problemas no aparelho

auditivo ou na visão, conflitos no ambiente familiar, defasagem na qualidade do

ensino, inadaptação ao método utilizado, aversão por determinada matéria,

diferenças culturais, problemas sociais como a desnutrição, questões genéticas,

ocorrência de acidentes e muitas outras.

Em função da grande quantidade de causas que podem ser atribuídas às

dificuldades de aprendizagem, existem muitas crianças que são encaminhadas para

tratamentos médicos e psicológicos desnecessariamente. Por isso, é preciso ter claro

que o diagnóstico correto de um distúrbio de aprendizagem depende de uma série

de procedimentos como o acompanhamento constante da criança, a análise de um

especialista e condições adequadas de vida. Muitos dos problemas podem ser

resolvidos facilmente e detectar a causa deles evita que a criança passe por situações

mais difíceis e desconfortáveis sem que isso seja preciso.

Durante o curso serão abordadas as dificuldades encontradas na realização de

atividades como a leitura, a escrita, a fala, funções motoras, raciocínio e habilidades

matemáticas. Elas são percebidas, na maioria das vezes, no início do processo de

aprendizagem, quando a criança passa a frequentar a escola e surgem diferenças no

acompanhamento dos conteúdos com relação aos demais alunos da mesma faixa


etária.

A aprendizagem pode ser compreendida como um processo que se realiza no

interior do indivíduo e que provoca uma mudança de comportamento. Na sociedade

atual, o conhecimento é de extrema importância e tem diferentes significados,

atingindo o indivíduo, a família, o meio social, a escola e os educadores.

4

O sucesso escolar para as crianças evidencia o seu desempenho na atuação como

aluno; para a família, o sucesso escolar dos filhos se traduz em êxito no

cumprimento de seu papel como responsáveis e educadores e, para a escola, alunos

com bom desempenho significam profissionais bem sucedidos no futuro.

Sendo assim, faz-se necessário que os distúrbios de aprendizagem sejam

conhecidos por todos aqueles que rodeiam o processo educacional, para que seja

possível uma atuação em conjunto capaz de trazer resultados efetivos. O que se

nota, é que conforme os conteúdos vão aumentando o seu grau de dificuldade e o

tempo vai passando, os obstáculos enfrentados pelas crianças também tendem

apenas a aumentar, tornando o tratamento cada vez mais difícil e intensificando as

demais questões enfrentadas pelos alunos.

1.2. Diferenças entre Dificuldades e Distúrbios de Aprendizagem

Existe uma ampla discussão entre autores e profissionais da área da educação

com relação a esse assunto. No entanto, não há um consenso ou uma posição definida

para o mesmo. Dessa forma, vamos adotar neste curso o princípio de que existem

determinadas diferenças entre os termos “dificuldades” e “distúrbios” de aprendizagem.

O termo “dificuldades” pode ser usado para designar qualquer tipo de obstáculos

encontrados pelos indivíduos no processo de ensino-aprendizagem. Eles podem ser das

mais diversas ordens. Muitas vezes, os problemas não estão no aluno, mas ligados a

elementos externos que o influenciam. Abaixo você pode ver exemplos de fatores que

causam dificuldades na apreensão do conhecimento:

Problemas sociais como a desnutrição

Ausência de motivação

Conflitos familiares

Baixa qualidade do sono

Diferenças culturais

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Deficiências na estrutura da educação: salas superlotadas; professores mal

remunerados, pouco treinados e sobrecarregados

Material didático inadequado

Inadequação metodológica

Mudanças no padrão de exigências da escola

Baixo QI (Quociente de Inteligência)

Falta de interesse

Problemas na visão

Problemas na audição

Problemas genéticos

Comprometimentos neurológicos

Problemas de ordem psicopedagógica

Assim, pode-se perceber que, independente da natureza das causas, elas podem

gerar dificuldades e até mesmo impedimentos nas capacidades de aprendizado dos

indivíduos. Porém, durante este curso, o foco será dado aos Distúrbios de

Aprendizagem. Eles também causam dificuldades no processo de aprendizagem, porém

suas causas estão ligadas a características específicas dos indivíduos que refletem em

dificuldades também específicas como será visto ao longo do curso. Abaixo você pode

ver algumas características de pessoas que possuem Distúrbios de Aprendizagem:

Apresentam quociente de inteligência normal, muito próximo da normalidade ou

até mesmo superior.

Não apresentam deficiências sensoriais, nem neurológicas significativas.

Possuem rendimento escolar insatisfatório em relação às demais pessoas que se

encontram na mesma faixa etária.

Apresentam uma disfunção no sistema nervoso central.

Suas dificuldades são detectadas, na maioria das vezes, no início da

alfabetização, quando a criança passa a frequentar a escola e nota-se suas

diferenças de aprendizado em relação ao restante do grupo.

Têm dificuldades em um aspecto específico da aprendizagem (leitura, fala,

escrita, matemática, raciocínio).

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Ao contrário das dificuldades de aprendizagem, que podem estar ligadas a

problemas externos ou a um conjunto de elementos, os distúrbios de aprendizagem

estão mais vinculados ao próprio aluno independente de questões relacionadas, por

exemplo, à estrutura geral da educação ou ao ambiente familiar e suas condições

econômicas, atingindo a criança em nível individual. Essas questões podem influenciar

de forma negativa a aprendizagem, mas não são determinantes nesses casos.

As características que devem ser observadas em crianças que possuem distúrbios

de aprendizagem, são dificuldades específicas para a realização de atividades como a

leitura, a escrita, a fala, o raciocínio e as habilidades matemáticas. Essas crianças

precisam de atenção e tratamentos diferenciados como a ajuda de profissionais

especializados, formas diferentes de ensino, escolas com recursos específicos, entre

outras.

É preciso estar claro, como já foi dito anteriormente, que a confirmação de um

diagnóstico de distúrbio de aprendizagem, depende de um conjunto de fatores e exames

específicos. Crianças com dificuldades causadas por outros motivos podem ter seus

problemas sanados quando inseridas em ambientes com qualidades diferenciadas de

organização, ambientes saudáveis e profissionais capacitados.

As dificuldades de aprendizagem podem ser transitórias quando suas causas são

tratadas ou eliminadas, enquanto os distúrbios permanecem pela vida toda, já que são

disfunções do sistema nervoso central. Eles também podem e devem ser tratados,

porém, essas ações representam alternativas para que as pessoas possam conviver de

forma saudável com suas dificuldades e saber como superá-las e não constituem curas

definitivas.

Dessa forma, a disfunção neurológica é uma característica fundamental para

diferenciar uma criança com distúrbios de aprendizagem daquelas que apenas

apresentam algumas dificuldades. Aqueles têm uma relação médica, o que explica o

fato de apenas uma pequena parte da população que encontra dificuldades de

aprendizagem, terem nos distúrbios as causas de seus problemas.

7

1.3. A Educação Infantil

A existência de uma educação infantil de qualidade é fundamental para todas as

escolas que trabalham com esta faixa etária. É necessário que se tenha educadores

prontos a superar qualquer espécie de

problemas presentes em sua docência,

pois, existem diversos tipos de alunos

e, no caso dos que estamos tratando

aqui neste curso, torna-se

indispensável que todos os

professores, mas principalmente os da

área infantil, tenham conhecimentos

sobre os distúrbios de aprendizagem.

Para os pais de crianças com essas

dificuldades, torna-se mais complicado reparar esses problemas sem o apoio da escola e

de profissionais capacitados.

A escola e os pais devem caminhar sempre juntos, afinal é na instituição de

ensino que a criança passa a maior parte do tempo e, por isso, ela também deve ter

conhecimentos e ambientes específicos para pessoas que apresentam esses distúrbios,

contando com profissionais também especializados no assunto. Ao perceber que o aluno

encontra dificuldades no aprendizado, a escola deve avisar aos pais desde o início, para

que se possa buscar um diagnóstico mais preciso. Caso o aluno continue apresentando

os mesmos resultados, é necessário procurar psiquiatras infantis e pedagogos

especializados no assunto. A criança precisará de todo o apoio possível, tanto da escola

como em seu ambiente familiar.

ESTE É O FIM DA UNIDADE 1! NESTA UNIDADE VOCÊ APRENDEU QUE:

Os Distúrbios de Aprendizagem são causados por problemas no sistema nervoso

central que geram dificuldades em áreas específicas da aprendizagem.

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Existem algumas diferenças entre o termo “dificuldades” e “distúrbios” de

aprendizagem e elas devem ser consideradas quando este tema é abordado.

Para lidar com os distúrbios de aprendizagem é preciso a ajuda de profissionais

especializados.

A maior parte dos distúrbios passam a ser percebidos quando as crianças

começam a frequentar a escola e, por isso, é necessário que as mesmas estejam

inseridas em instituições de ensino de qualidade capazes de ajudá-las.

Unidade 2 – Tipos de Distúrbios de Aprendizagem

As pessoas que possuem distúrbios de aprendizagem, assim como todas as

outras, têm capacidade menor para realizar determinadas atividades e uma afinidade e

facilidade maior para outras. Essas dificuldades podem ser de diferentes naturezas e

esse será o assunto tratado nesta unidade.

Os distúrbios de aprendizagem podem ser classificados em distúrbios de entrada

ou saída. Os principais tipos de distúrbios e as diferentes implicações que eles têm na

aprendizagem serão vistos a partir deste momento.

Classificação dos distúrbios

2.1. Distúrbios de Entrada

Os distúrbios de entrada se caracterizam pelas informações chegadas ao cérebro

que podem ser através do ouvido (entrada de audição) e da visão (entrada visual). E esse

processo todo de entrada, é realizado no cérebro.

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2.1.1. Distúrbios de Percepção Visual

O distúrbio de percepção visual não se caracteriza por pessoas quem têm

dificuldades para enxergar em função de

problemas como, por exemplo, a miopia e o

astigmatismo. Nesse distúrbio, as duas

características mais presentes são:

Dificuldade em definir a posição e/ou forma do que se vê

A entrada de informação pode ser recebida com letras ao contrário ou giradas

Essas características podem fazer com que a criança confunda letras semelhantes

como o b com o d, o g com o q, o f com o v e outras variações de letras que

possuem um som parecido na hora de se dizer alguma coisa como, por exemplo, em

faca = vaca.

As crianças têm esses distúrbios detectados geralmente na fase em que estão

começando a ler, escrever e copiar letras e desenhos. Algumas das dificuldades que

elas costumam apresentar são:

Leitura (trocam as linhas na hora da leitura, pulam palavras)

Erros na avaliação de profundidade (esbarram o tempo todo nas coisas)

Não conseguem entender direita e esquerda, em cima e em baixo

Não conseguem determinar sua posição no espaço

Não conseguem participar de atividades esportivas como pegar uma bola ou

pular corda, por serem inseguras com as informações que recebem.

Essas dificuldades fazem com que a criança tenha uma limitação para fazer as

coisas, pois ela não consegue determinar a sua posição no espaço, podendo se confundir

em locais como campos abertos ou ginásios. Na hora de praticar algum esporte, por

10

exemplo, ao jogar futebol, o cérebro dela vai precisar perceber a posição correta da bola

e o seu trajeto e dizer para as partes do seu corpo exatamente o que elas precisam fazer.

A má percepção de distância ou de velocidade ou a fato de seu cérebro orientar o corpo

de forma errônea, faz com que ela não alcance a bola de maneira alguma.

No momento de transmitir a informação, é encontrada uma dificuldade

consideravelmente grande, pois a criança recebe uma informação que ultrapassa o seu

objetivo ou não chega a ele, como o exemplo da bola.

2.1.2. Distúrbios de Percepção Auditiva

Assim como o distúrbio de percepção visual,

este está ligado às dificuldades da leitura. A

percepção auditiva consiste na transformação do som

para uma informação. As pessoas com distúrbio de

percepção auditiva, não conseguem fazer esta

transformação com perfeição, pois o conteúdo que é recebido no cérebro chega

distorcido, apresentando várias falhas como, por exemplo, a troca de palavras. Elas

também não têm a capacidade de processar as entradas de som tão rápido como as

outras pessoas, o que é conhecido como retardo auditivo. São características de pessoas

com distúrbio de percepção auditiva:

Dificuldades em distinguir pequenas diferenças nos sons compreendendo a

mensagem de forma incorreta. Exemplo: Confundir bala com bola.

Dificuldades com a relação figura e fundo. Exemplo: A criança está assistindo

televisão num local em que há outras pessoas conversando. Alguém, em outro

cômodo, chama a criança e começa a falar com ela. A mesma não consegue

distinguir a voz, demorando para percebê-la. Essas crianças são vistas pelos pais e

educadores como aquelas que nunca prestam atenção a nada do que lhe é dito.

Para lidar com pessoas que apresentam essas características, é preciso falar

devagar, dar as instruções separadamente para que elas consigam acompanhar as

11

mesmas, entre outros cuidados. Se as falas forem realizadas de forma rápida,

provavelmente parte das informações serão perdidas.

2.1.3. Distúrbios de Integração

Esses problemas também constituem distúrbios de entrada, mas estão ligados a

outros sentidos diferentes da visão e da audição. Quando as informações chegam ao

cérebro, elas precisam ser compreendidas, o que se dá em dois momentos: a sequência e

a abstração. As pessoas podem ter esse distúrbio em uma área ou outra ou, ainda, em

ambas.

Distúrbios de Sequência

As crianças que apresentam esse distúrbio compreendem as informações

transmitidas, mas não conseguem repetir suas sequências. Veja alguns exemplos abaixo:

Uma criança pode ouvir ou ler uma história, mas, na hora de recontá-la,

pode inverter a ordem dos fatos discorrendo, primeiramente, sobre o final

e depois ir para o início da história.

Nas operações matemáticas, os problemas são entendidos, mas, as ordens

invertidas:

Exercício: 4 + 2 = ? Resposta dada pela criança: 4 + 6 = 2.

Pessoas com essas características também podem encontrar dificuldades com

jogos de tabuleiro que exijam um movimento

em sequência; ao colocar cada coisa em seu

lugar arrumando uma mesa de jantar, ou, ainda,

ao realizar a grafia de palavras, trocando a

ordem das letras. Uma criança que tem

dificuldade em dar sequência ao que é visto, tem

um distúrbio de sequência visual e outra que tenha dificuldade em dar sequência ao que

é ouvido, tem distúrbio de sequência auditiva.

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Distúrbios de Abstração

A abstração diz respeito à capacidade de dar significados às coisas. Em crianças

com distúrbios de abstração, e informação recebida é registrada e colocada na sequência

correta. Porém, não se pode fazer relações com o conhecimento adquirido e nem

significá-lo.

Exemplo: Um educador pode ler uma história sobre policiais e perguntar para a criança

se ela conhece algum policial que seja da família ou alguém com quem tenha contato.

Essa criança não tem capacidade para responder a esse questionamento, pois ela

consegue falar apenas do policial da história de forma específica e não sobre esses

profissionais de forma geral.

2.1.4. Distúrbios de Memória

Quando se recebe uma informação, além da mesma ter que ser registrada e

compreendida, ela precisa ser arquivada para que possa ser usada em outros momentos,

o que se dá através da memória. Existem dois tipos de memória: a memória a curto

prazo e a memória a longo prazo.

A memória a curto prazo se refere a guardar uma informação no momento em

que se concentra nela. Ela dura apenas minutos ou horas e faz com que seja possível

continuar as atividades ou pensamentos no presente. Um exemplo que pode ser usado é

quando alguém recebe um número de telefone. Certamente, ele poderá ser usado se a

ligação for realizada dentro de pouco tempo, mas, será esquecido se a ligação é deixada

para o dia seguinte ou depois.

Já a memória a longo prazo, refere-se ao processo em que a repetição de uma

informação faz com que ela seja gravada ou arquivada. Esta memorização faz com que

seja possível recordar-se rapidamente ao pensar nela ou levar um pouco mais de tempo,

mas, ainda assim, ter a informação na memória. Como exemplo, pode-se pensar em

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como cada um lembra o endereço de suas respectivas casas, mas encontra mais

dificuldades em lembrar o endereço de familiares ou amigos.

Crianças com distúrbios de memória, geralmente têm a sua memória de curto

prazo afetada. Esses problemas também podem atingir de forma significativa o

desempenho escolar. Muitas vezes são necessárias de 10 a 15 repetições para memorizar

algo que uma criança sem este distúrbio o faria em 3 ou 5 repetições. No entanto, essas

pessoas não possuem dificuldades na memória a longo prazo, podendo lembrar de

determinados acontecimentos nos mínimos detalhes.

2.2. Distúrbios de Saída

Assim como determinadas pessoas encontram dificuldades na forma como

recebem as informações, outras têm problemas no momento da saída de informações, ou

seja, no momento de concretização do conhecimento adquirido.

Isso é percebido quando a criança realiza ações como escrever, desenhar,

atividades motoras e outras. Quando essa dificuldade implica na escrita ou na fala, ela é

chamada de Distúrbios de Saída de Linguagem e, quando se dá na realização de

atividades musculares, é chamada de Distúrbios de Saída Motora.

2.2.1. Distúrbios de Linguagem

Os distúrbios de linguagem podem ser divididos em dois tipos: Distúrbio de

Linguagem Espontânea e Distúrbio de Linguagem de Demanda.

Distúrbio de Linguagem Espontânea

A linguagem espontânea se dá quando o indivíduo

inicia uma conversa através de um comentário, um

cumprimento ou um questionamento. Nesta forma de

comunicação, a pessoa que inicia a conversa escolhe o

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assunto que será tratado (provavelmente um do qual tenha conhecimento e facilidade

para discorrer), usa o tempo necessário para organizar seus pensamentos e encontrar as

melhores palavras para se expressar.

Porém, pessoas com distúrbio de aprendizagem espontânea, encontram

dificuldades em realizar tal tarefa, não iniciando diálogos ou, então, o fazendo de forma

inadequada.

Distúrbio de Linguagem de Demanda

Já a linguagem de demanda se dá quando alguém

iniciou uma conversa e é preciso interagir. Pessoas que

são portadoras deste distúrbio, geralmente não possuem

dificuldade com a linguagem espontânea.

Na linguagem de demanda, a outra pessoa é quem

estabelece a circunstância na qual você tem que se comunicar, de forma que não há

tempo para organizar os pensamentos e encontrar as palavras adequadas, mas, ainda

assim, é preciso responder de forma apropriada.

Pessoas com esses problemas costumam pedir para que a pergunta seja repetida,

pois, dessa maneira, conseguem mais tempo para pensar na resposta. Quando são

forçadas a dar uma resposta, o fazem de maneira confusa e é difícil acompanhá-las. Isso

pode parecer contraditório, já que este mesmo indivíduo consegue falar perfeitamente

em outros momentos como, por exemplo, quando inicia uma conversa.

Essas crianças podem ser vistas como preguiçosas pelos professores, afinal,

falam normalmente através da linguagem espontânea e, quando são questionadas, dizem

que não sabem ou simplesmente não respondem. Esse é o tipo de dificuldade que é

detectada apenas quando se conhece minimamente os distúrbios, de onde nasce a

importância de se ter profissionais capacitados para o processo de ensino-aprendizagem.

15

2.2.2 Distúrbios de Atividade Motora

Os distúrbios de atividade motora podem ser divididos em dois tipos: distúrbio

de atividade motora grosseira e distúrbio de atividade motora fina.

O distúrbio de atividade motora grosseira é caracterizado pela dificuldade de

usar grandes grupos musculares. Ele faz com que a criança seja desajeitada fazendo-a

cair sobre as coisas ou enfrentar problemas para realizar atividades físicas como correr,

escalar ou nadar.

Já o distúrbio de atividade motora fina, consiste na dificuldade de realizar tarefas

que demandam que muitos músculos

trabalhem juntos. Ele é percebido quando a

criança começa a escrever. Ela apresenta uma

incapacidade de fazer com que os músculos

da mão dominante trabalhem em conjunto. A

sua velocidade de escrever não consegue

acompanhar o ritmo do seu pensamento, o que resulta em uma letra lenta e feia.

Escrever exige uma série de elementos que acabam passando despercebidos para

as pessoas que não possuem tais dificuldades como a forma, o tamanho, o espaçamento

e o posicionamento. Para crianças com distúrbios de atividade motora fina, esse

processo é muito mais complicado.

A partir desse momento serão conhecidos os principais distúrbios de linguagem

e de atividade motora, sendo que eles podem ser classificados como um e/ou outro.

Dislexia

Disgrafia

Disortografia

Afasia

Disartria

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Discalculia

Acalculia

Apraxia

Dispraxia

Gagueira

Déficit de atenção

A) Dislexia

A dislexia tem sido o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Ela reflete

na dificuldade de aprendizagem na

qual a capacidade de uma criança

para ler ou escrever está abaixo do

seu nível de inteligência. A mesma

pode ser caracterizada como uma

insuficiência para assimilar os

símbolos gráficos da linguagem.

Sua origem é congênita (nata) e

hereditária e seus sintomas podem

ser identificados logo na pré-escola em crianças que demoram para começar a falar ou

trocam os sons das letras e têm dificuldades para aprender a ler e escrever.

Ela pode ser chamada de “a mãe dos transtornos de aprendizagem” porque foi a

partir da identificação deste problema que se iniciou uma busca pelo conhecimento de

todos os outros tipos de distúrbios existentes. Com o passar do tempo, surgiu a

necessidade de estabelecer as diferenças entre os problemas na aprendizagem e, a partir

de então, eles começaram a ser subdivididos e classificados. A dislexia também foi

conhecida durante um grande período como “cegueira verbal congênita” devido às

dificuldades para ler e escrever em pessoas que possuíam visão normal.

Esse distúrbio se dá em crianças com audição, visão e inteligência normais, que

vivem em ambientes familiares saudáveis e possuem condições econômicas adequadas.

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Assim, em casos de dislexia, as causas não podem ser atribuídas a questões emocionais,

culturais ou instrucionais. Embora esses fatores tenham uma influência no desempenho

de pessoas disléxicas, eles não são determinantes.

Nos indivíduos que não possuem dislexia, a área esquerda do cérebro é a

responsável pela percepção e pela linguagem, subdividida em três partes: uma que

processa fonemas, outra que analisa as palavras e a última que reconhece as palavras.

Essas três partes trabalham em conjunto e dão capacidade para que os indivíduos

aprendam a ler e escrever. A crianças conseguem realizar essa tarefa apenas quando

reconhecem e processam fonemas, memorizando as letras e seus sons. Com o tempo e o

desenvolvimento da criança na leitura e na escrita, sua memória permanente começa a

ser construída, o que faz com que ela reconheça as palavras com mais agilidade e sem

grande esforço.

As crianças disléxicas possuem falhas nas conexões cerebrais. Elas podem

contar apenas com a região do cérebro responsável por processar fonemas e sílabas,

enquanto a área responsável pela análise de palavras, não exerce a sua função. Suas

ligações cerebrais não incluem a área responsável pela identificação de palavras e,

portanto, a criança não consegue reconhecer palavras que já tenha lido ou estudado. A

leitura se torna um grande esforço para ela, pois toda palavra que ela lê aparenta ser

nova e desconhecida. Para simplificar, pode-se dizer que a dislexia é causada por

alterações nas áreas do cérebro responsáveis pelos sons da linguagem e do sistema que

transforma o som em escrita.

Esse distúrbio é confundido com frequência com outros problemas de adaptação

escolar como os atrasos de desenvolvimento e a

deficiência mental ligeira, afinal, a criança

disléxica tem dificuldades em compreender o

que está escrito e de escrever o que está

pensando. Quando tenta expressar-se no papel, o

faz de maneira incorreta e o leitor não

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compreende as suas ideias. Abaixo você pode ver algumas das características mais

encontradas por crianças que têm dislexia:

Fraco desenvolvimento da atenção

Falta de capacidade para brincar com outras crianças

Atraso no desenvolvimento da fala e escrita

Atraso no desenvolvimento visual

Falta de coordenação motora

Dificuldade em aprender rimas/canções

Falta de interesse em livros impressos

Dificuldade em acompanhar histórias

Dificuldade com a memória imediata e a organização em geral

A pronúncia ou a soletração de palavras monossilábicas é uma dificuldade

evidente

Inversão de palavras de maneira parcial ou total

Exemplo: A palavra “casa” é lida como “saca”.

Inversão das letras e números

Exemplo: “p” por “b”; “3 por “5”

Alteração na ortografia em função de alterações no processo auditivo

Cometem erros na separação das palavras

Dificuldades em distinguir esquerda e direita

Alteração na sequência das letras que formam as sílabas e palavras

Dificuldades na matemática

Pobreza de vocabulário

Escassez de conhecimentos prévios (memória de longo prazo)

Falhas na elaboração de orações complexas e na redação espontânea

Copiam as palavras de forma errada mesmo observando na lousa como são

escritas.

Além disso, os disléxicos também sofrem com a falta de rapidez ao ler. Sua

leitura é sem ritmo e, muitas vezes e com muito sacrifício, decodificam as palavras, mas

não conseguem compreendê-las.

19

As características colocadas acima não são suficientes para se fechar um

diagnóstico a respeito da dislexia, afinal, existem outros distúrbios de aprendizagem que

também possuem elementos parecidos, no entanto, elas podem ser usadas como um

ponto a partir do qual se é levado a procurar a ajuda de profissionais especializados e

buscar formas de superação.

A dislexia é responsável por altos índices de repetência e abandono escolar. A

ausência de conhecimentos dos professores contribui para uma evasão escolar e o

agravamento dos problemas enfrentados pelas crianças. Essas são incompreendidas em

seu fracasso e não valorizadas em suas tentativas vãs para superar suas dificuldades,

desenvolvendo uma imagem negativa sobre si mesmas. A escola se torna um ambiente

que causa ansiedade e as exigências dos pais e professores acabam se revertendo em

comportamentos agressivos, inibições e outros.

As crianças disléxicas precisam olhar e ouvir atentamente, prestar atenção aos

movimentos da mão enquanto escrevem e da boca quando

falam para associar os fonemas aos seus sons e à sua escrita.

É recomendada a montagem de “manuais” de alfabetização

apropriada para pessoas com essas dificuldades. Além disso,

o sucesso escolar de um disléxico está baseado em uma

terapia multisensorial (uso de todos os sentidos), sempre

combinando atividades que motivem o uso da visão, da

audição e do tato para ajudá-lo a ler e soletrar corretamente

as palavras. Abaixo estão colocadas algumas atitudes que podem ajudar essas pessoas

no processo de aprendizagem:

Usar folhas quadriculadas para matemática.

Usar letras com várias texturas.

Usar máscara para leitura de texto.

Evitar dizer que a criança é lenta, preguiçosa ou compará-la aos outros alunos da

classe.

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Não forçar a criança a ler em voz alta em classe a menos que demonstre desejo

em fazê-lo.

Suas habilidades devem ser julgadas mais em suas respostas orais do que nas

escritas.

Sempre que possível, a criança deve ser encorajada a repetir o que foi lhe dito

para fazer, isto inclui mensagens. Sua própria voz é de muita ajuda para

melhorar a memória.

Revisões devem ser frequentes e importantes.

Copiar do quadro é sempre um problema, tente evitar isso, ou dê-lhe mais tempo

para fazê-lo.

Demonstre paciência, compreensão e amizade durante todo o tempo,

principalmente quando você estiver ensinando a alunos que possam ser

considerados disléxicos.

Ensine-a quando for ler palavras longas, a separá-las com uma linha a lápis.

Dê-lhes menos dever de casa e avalie a necessidade e aproveitamento desta

tarefa.

Não risque de vermelho seus erros ou coloque lembretes como “você precisa

estudar mais para melhorar”.

Procure não dar suas notas em voz alta para toda classe, isso a humilha e a faz

infeliz.

Não a force a modificar sua escrita, ela sempre acha sua letra horrível e não

gosta de vê-la no papel. A modulação da caligrafia é um processo longo.

Use sempre uma linguagem clara e simples nas avaliações orais e

principalmente nas escritas.

Uma língua estrangeira é muito difícil para elas, faça suas avaliações sempre em

termos de trabalhos e pesquisas.

Além do apoio da escola, as crianças precisam receber apoio em casa. Os pais e

demais responsáveis devem ajudar a melhorar sua autoestima, oferecendo carinho,

sendo compreensivos e elogiando a cada acerto alcançado e encorajando a realização de

tarefas em que se saiam bem e que podem ser estimulantes. As crianças também devem

21

ser ajudadas em seus trabalhos escolares e não se pode permitir que seus problemas

escolares impliquem em mau comportamento ou falta de limites.

Para diagnosticar corretamente a dislexia, deve-se procurar a ajuda de

profissionais como fonoaudiólogos, psicólogos, neurologistas e psicopedagogos. Não

se espera encontrar todas as dificuldades numa única criança disléxica, mas a presença

de pelo menos uma delas, associada às dificuldades de ler, pode fazer supor a existência

de um quadro de dislexia. Os problemas podem ser avaliados através de um

acompanhamento adequado e direcionado às condições de cada caso.

Faz-se necessário adequar métodos e materiais que atendam o desenvolvimento

da criança, bem como o acompanhamento e a observação para que se conheça as

particularidades de cada um considerando o seu tempo e a sua construção de saberes.

Para finalizar, é importante que se fale sobre o “dom da dislexia”. Quando um

dislexo domina alguma coisa, ele a aprendeu tão bem que pode fazê-lo sem pensar sobre

o que está fazendo. Dominar algo é realmente aprender algo. Se o processo de

aprendizagem é o mesmo, então quando alguém dominou alguma coisa, esta pessoa

criou conhecimento necessário para realizar aquela atividade.

B) Disgrafia

A disgrafia também é conhecida como “letra feia” porque as crianças que

possuem esse tipo de distúrbio, apresentam uma escrita ilegível e lenta. Isso leva a um

desempenho ruim na escola mesmo em alunos que possuem inteligência normal ou

acima da média. Esse problema constitui uma deficiência na qualidade do traço gráfico,

o que se reflete através de grandes dificuldades para escrever corretamente a linguagem

falada.

A criança com disgrafia tem dificuldades em coordenar as informações visuais e

na realização motora do ato de escrever. Alguém que tem apenas dificuldades para

escrever, mas não apresenta problemas em outras atividades motoras, provavelmente

não tem este distúrbio.

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Existem dois tipos de disgrafia: a motora e a pura. A primeira atinge a maioria das

crianças com este distúrbio e consiste na dificuldade

em escrever palavras e números corretamente. A

segunda é mais difícil de ser diagnosticada porque

aparece quando a criança sofre algum trauma

emocional e isso se reflete na sua letra. Existem

alguns sinais que podem indicar as relações entre os

problemas causados por este distúrbio e as condições emocionais da criança:

Letras pequenas demais podem indicar uma timidez excessiva.

Letras grandes demais podem indicar uma criança que necessita estar sempre no

centro das atenções.

Letras feitas com muita força, que chegam a marcar as outras páginas do

caderno, podem indicar que a criança esteja tensa.

No entanto, a disgrafia acontece também em crianças com capacidade intelectual

normal, sem qualquer transtorno neurológico, sensorial, motor ou afetivo. Elas, ainda

que tenham boas notas e facilidade de se expressar pela fala, não conseguem planejar os

movimentos para conseguir o traçado da letra. Ao observarem os conteúdos de uma

lousa ou um papel, não são capazes de reproduzir o que viram. Algumas das

características mais encontradas em crianças com este tipo de distúrbio são:

Letras ilegíveis

Traços pouco precisos ou incontrolados

Falta de pressão nos traços ou pressão muito forte a ponto de marcar o papel

Letras distantes ou extremamente juntas

Omissão de letras

Dificuldade em manter uma frase na mesma linha

Dificuldade em recordar a grafia correta para representar um determinado som

ouvido ou elaborado mentalmente

A criança escreve devagar, retocando cada letra, realizando de forma inadequada

as uniões entre as letras ou amontoando-as para esconder os erros ortográficos.

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A ortografia pode ser verificada como uma das dificuldades da disgrafia a partir do

momento que se exige rapidez e um ritmo gráfico de uma criança que ainda não

automatizou a relação som-letra. Nesse caso, a escrita das palavras é lenta e, na maioria

das vezes, incompleta, porque o aluno tem certas dificuldades em recordar com rapidez

qual a grafia para representar determinado som.

Todos os elementos anteriormente citados podem ser resumidos em três

características básicas:

Má organização da página

Essa característica está ligada à orientação espacial, ou seja, a criança encontra

dificuldades para organizar sua escrita numa folha de papel. O texto é apresentado de

forma desordenada com margens mal feitas ou inexistentes, espaço entre palavras e

linhas irregulares.

Má organização das letras

Incapacidade de seguir as regras caligráficas. O traçado é de má qualidade e os

contornos das letras são deformados.

Formas e proporções

Refere-se ao grau de limpeza do traçado das letras, sua dimensão (muito grandes ou

minúsculas), desorganização das formas e escrita alongada ou comprimida.

A disgrafia normalmente é observada um ou dois anos depois que a criança

aprende a escrever. É comum que os professores demorem para perceber o problema,

pois eles estão mais preocupados com o desenvolvimento intelectual dos alunos do que

com o motor. Embora não se treine de forma efetiva a organização espacial das

crianças, exige-se que elas tenham uma boa escrita, o que pode ser visto como uma

problemática na educação infantil. O professor deve ficar atento às possíveis posturas

inadequadas para poder corrigi-las o mais cedo possível e, junto com um profissional

especializado, estabelecer estratégias de ajuda que favoreçam a qualidade do traçado

gráfico.

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Uma grande parte dos professores não conhecem os distúrbios ligados à

aprendizagem e acabam julgando de forma errônea seus alunos ao dizer que eles não

são caprichosos, são preguiçosos e pouco esforçados. Por esse e outros motivos, é

preciso saber que o que diferencia uma letra sem capricho da disgrafia, é o fato de a

criança ter também outras dificuldades motoras leves como problemas na hora de

amarrar o sapato ou abotoar a camisa.

A idade mais indicada para se começar a tratar a disgrafia é a partir dos oito

anos, quando a letra começa a se firmar. Quando não tratado, o distúrbio pode trazer

problemas mais sérios na vida adulta, entre eles a dificuldade de comunicação. Em

processos seletivos como vestibulares, por exemplo, é preciso escrever textos

relativamente longos e tem-se pouco tempo disponível pra isso. Candidatos que sofrem

com a disgrafia, já se apresentam em desvantagem na concorrência.

Além da antecedência, a disgrafia precisa ser superada através de tratamentos

psicológicos e treinos motores. Sem a busca de um tratamento, a criança começa a se

sentir atrasada em relação aos outros alunos e não compreende porque não consegue se

expressar através das palavras no caderno. A finalidade dos tratamentos é fazer com que

a criança atinja o domínio do gesto e do instrumento, a percepção e compreensão da

imagem a reproduzir.

Algumas atitudes podem ser tomadas no sentido de minimizar os problemas

causados pela disgrafia. Pode-se citar como exemplo exercícios como o ombro (como

os realizados com o brinquedo “vai e vem”), para o cotovelo (como os realizados ao

jogar peteca), para os punhos e mãos (como brincar com massinhas ou argilas e pintar

com lápis de cor ou giz de cera).

Deve-se destacar ainda a importância dos esportes. Através deles é possível

trabalhar a orientação espacial e a coordenação motora da criança. Brincadeiras como

jogar vôlei, xadrez e peteca também podem ajudar na melhora da letra, já que fazem a

criança usar as mãos e planejar os movimentos.

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Não se pode descartar o papel que pais e professores têm nesse processo. Eles

precisam estar cientes das capacidades motoras da criança e não exigir resultados que

estão acima daqueles que ela pode apresentar num dado momento. É claro que não se

pode esperar que o aluno desenvolva suas habilidades sozinho, mas sim estimular esse

desenvolvimento através de práticas motoras baseadas em crescimentos graduais que

exijam pouco a pouco mais rapidez e controle do ato motor.

O desenvolvimento do controle motor é uma característica básica para atingir a

qualidade na escrita. Afinal, o ato de escrever mobiliza uma série de segmentos do

corpo. Antes de se atingir o nível ideal de desenvolvimento motor, que permite a

realização da escrita de forma rápida, precisa, legível e sem cansaço, a coordenação

motora passa por diversos estágios. Em cada estágio um segmento do corpo realiza uma

função até chegar o momento em que se atinge o controle total do ato de escrever, que é

caracterizado pela fixação do cotovelo na mesa e a rápida movimentação dos dedos

durante a escrita.

Além disso, não se pode esquecer que, independente da presença ou ausência de

dificuldades das crianças na escrita, alguns fatores são fundamentais para qualquer

pessoa que se proponha a escrever. Deve-se tomar cuidado e orientar as crianças para

que tenham uma postura adequada na hora de sentar e pegar no lápis ou caneta e

posicionar corretamente a folha de papel ou caderno em que se pretende escrever.

Para finalizar o assunto sobre a disgrafia, é preciso citar dois assuntos que,

embora possam parecer básicos, são de extrema importância que sejam considerados: a

caracterização do início da alfabetização e as peculiaridades pessoais dos traços gráficos

ou da letra da cada um.

Quando começa a ser alfabetizada, é natural que as palavras da criança não

saiam de forma perfeita no papel, afinal, ela está apenas começando a aprender. No

entanto, se com o tempo e o treinamento em cadernos de caligrafia, a criança ainda

estiver longe de escrever corretamente, é preciso que pais e educadores comecem a

buscar as causas dessas dificuldades e procurem formas de superação.

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Por último, não se pode esquecer também que o traçado gráfico é feito de

características pessoais e, portanto, vai adotando peculiaridades individuais ao longo do

desenvolvimento de cada um. Baseados nisso, responsáveis e professores não podem

impor nenhum modelo de letra para os alunos, mas sim respeitar o seu grafismo desde

que ele seja legível, claro e atinja o objetivo principal da escrita, que é a transmissão da

linguagem oral com o máximo de eficiência sem o desprendimento de grandes esforços.
Nem especial, nem regular, nem pra "normais", nem pra "deficientes"...apenas educação, porque chegará o dia que educação será uma coisa só.

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