Norueguês Jostein Gaarder participou de mesa na noite deste sábado (14).
Autor diz que pais o aconselharam a parar de pensar para não enlouquecer.
O Mundo de Sofia, esse livro me fez voltar ao segundo de semestre de 2006, quando iniciava a graduação de pedagogia. Foi o primeiro livro da qual o inesquecível, profº Pires, nos passou para resenha-lo por inteiro. A reação da turma foi assustadora, pois o livro não era fininho e o que era resenha? rsrsrs...
Passado o susto inicial, a leitura do livro solicitado pelo mestre, tornou-se muito agradável. Possui uma escrita fácil, ideal para iniciantes, nada de palavras complicadas, as explicações existêntes eram de fácil compreensão. Enfim, o livro é um fofo, até mesmo para aqueles que não se identificam com a filosofia.
O autor desse maravilhoso livro esteve presente em uma mesa redonda realizada neste sábado (14) na Bienal do Livro de São Paulo.
Lançado há quase 20 anos, “O mundo de Sofia” continua sendo o livro mais conhecido do autor, vendendo mais de 30 milhões de exemplares em todo o mundo. “Quando eu escrevi ‘O mundo de Sofia’, achei que seria um livro para poucas pessoas. Eu acho que subestimei o quão universal são as questões existenciais apresentadas no livro”, lembra.
“O sucesso foi surreal”, continua. “Viajei por todo o mundo, ganhei prêmios de literatura, até imperadores estavam falando comigo. Mas o mais importante foi que isso abriu espaço para meus outros livros serem publicados”. Gaarder diz ainda que “O mundo de Sofia”, que já virou filme na Noruega – assim como livros seus como “A garota da floresta” – vai ganhar uma versão cinematográfica em Hollywood. “É muito bom porque vai atingir mais pessoas ainda”, comemora.
O escritor também falou sobre o viés filosófico que permeia o volume, a descoberta de seu talento para a escrita e do novo "O castelo nos pirineus", livro que define como uma "tragédia erótica".
"['O castelo nos pirineus'] é um encontro entre o espiritismo e a ciência. É um confronto geral. Aqui no Brasil, capital do espiritismo, é mais relevante ainda. Ele admitiu que confrontou a mente racional com essa abordagem espiritualista, mas se abriu para a ideia de que nossos corpos irão desaparecer. "Talvez tenhamos alma e espíritos que irão sobreviver", disse, ao falar sobre a história que retrata o encontro de um homem cético e uma mulher mística.
"Tive de dar vida e inteligência à mulher para criar essa personagem. Então fiquei mais aberto a essa dualidade."
Gaardner afirmou que credita o sucesso de "O mundo de Sofia" (livro cujas vendas somam mais de 30 milhões de exemplares pelo mundo) à abordagem básica que a história faz da filosofia. "Quando escrevi 'O mundo de Sofia' tentei trazer a filosofia de volta aonde ela começou. Parava as pessoas no mercado e fazia perguntas. Acho que por ter ensinado filosofia por muitos anos, usei essa experiência na escrita."
Pare de pensar
O escritor revelou que descobriu o talento para a escrita ainda criança - e que não foi encorajado "a pensar" pelos adultos.
"Comecei a escrever aos 11 anos de idade. Subitamente acordei e me senti parte de um universo mágico. Perguntei a meus pais, professores: 'vocês não acham estranho que a gente esteja vivo?'. Me senti diferente de outras pessoas, me senti um curinga. Que não é nenhum dos quatro naipes. Por isso virei escritor, por vingança", disse.
"E perguntei novamente: vocês acham que mundo é normal? E eles disseram: sim, e achamos que você deve parar de pensar de nesse tipo de coisa. Você vai ficar louco."
Para Gaarder, as perguntas que deveriam começar a ser feitas atualmente são sobre o meio-ambiente e o aquecimento global. “Acho que os líderes entendem bastante nossos problemas ambientais, o segredo é abrir os olhos do público. Agora eu quero escrever um ‘O mundo de Sofia’ sobre o meio-ambiente, mostrar às pessoas a maneira que estamos tratando nosso pobre planeta”, conta.
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