A necessidade de um ensino com qualidade vem sendo discutida há muitos anos por especialistas e educadores. A sociedade, por sua vez, também tem se mostrado cada dia mais preocupada com questões relacionadas ao assunto. Contudo, apesar de tanto debate, a situação não parece ter melhorado muito.
Os especialistas já apontaram que a melhora no ensino passa por diversos fatores, que devem ser trabalhados conjuntamente e que a relação dos alunos com a escola, com o mundo e com a sociedade é totalmente diferente do que era a alguns anos atrás.
E, para que o aprendizado tenha sucesso, essa diferença deve estar também presente nas salas de aula. A relação aluno-professor deve ser reformulada e cabe, principalmente aos professores, tentar unir o mundo dos jovens ao do estudo. As tecnologias que temos hoje, e principalmente a internet, podem ajudar neste processo, desde que sejam utilizadas de forma adequada.
Para atrair os alunos é preciso criar, dentro da sala de aula, conexões com a realidade desse estudante. Para vários especialistas, as novas tecnologias podem - e devem - ser utilizadas para amezinar tal disparidade, pois conseguem resgatar a noção de individualidade.
O professor associado à Faculdade de Educação da USP, César Nunes, acredita que se o desejo do professor é que todos aprendam, cada um deve ser abordado de forma diferenciada. "Os meios sociais e outras ferramentas da internet têm colaborado muito para isso, mas é preciso saber usá-las", afirma.
Segundo ele, a internet é capaz de melhorar o ensino, mas precisa ser mediada por alguém que consiga filtrar o que ela oferece. Esse é um dos principais papeis do professor atualmente, pois o aluno, sozinho, dificilmente consegue ter tal discernimento.
A internet e as novas tecnologias de forma geral, utilizadas de forma correta, auxiliam no processo educacional, pois permitem atividades colaborativas que fazem parte do dia a dia dos jovens, e ao mesmo tempo, promovem discussão, análises críticas, fomentam a criatividade dos alunos e outras competências como organização e capacidade.
Para Cesár Nunes, nos meios e redes sociais como You Tube, Google Docs, Orkut, Twitter e Facebook, os usuários também são autores. Dessa forma, os educadores podem fortalecer a questão da autoria dos trabalhos estudantis. "Esse tipo de trabalho, com foco no aluno, resgata o papel de protagonismo dessas pessoas. Isso é muito importante para a varolização do indivíduo e a construção de cidadãos melhores", acredita o professor.
As comunidades carentes ainda possuem bolsões de tecnologia, porém ainda de acordo com o especialista, é possível sanar esse tipo de problema adequando as ferramentas utilizadas de acordo com a realidade de cada ambiente. "A escola pode ser um lugar de resistência ou de reinvenção social. É preciso ser ativo para construir uma nova realidade de ensino em nosso país", diz Joe Garcia, doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Os especialistas já apontaram que a melhora no ensino passa por diversos fatores, que devem ser trabalhados conjuntamente e que a relação dos alunos com a escola, com o mundo e com a sociedade é totalmente diferente do que era a alguns anos atrás.
E, para que o aprendizado tenha sucesso, essa diferença deve estar também presente nas salas de aula. A relação aluno-professor deve ser reformulada e cabe, principalmente aos professores, tentar unir o mundo dos jovens ao do estudo. As tecnologias que temos hoje, e principalmente a internet, podem ajudar neste processo, desde que sejam utilizadas de forma adequada.
Para atrair os alunos é preciso criar, dentro da sala de aula, conexões com a realidade desse estudante. Para vários especialistas, as novas tecnologias podem - e devem - ser utilizadas para amezinar tal disparidade, pois conseguem resgatar a noção de individualidade.
O professor associado à Faculdade de Educação da USP, César Nunes, acredita que se o desejo do professor é que todos aprendam, cada um deve ser abordado de forma diferenciada. "Os meios sociais e outras ferramentas da internet têm colaborado muito para isso, mas é preciso saber usá-las", afirma.
Segundo ele, a internet é capaz de melhorar o ensino, mas precisa ser mediada por alguém que consiga filtrar o que ela oferece. Esse é um dos principais papeis do professor atualmente, pois o aluno, sozinho, dificilmente consegue ter tal discernimento.
A internet e as novas tecnologias de forma geral, utilizadas de forma correta, auxiliam no processo educacional, pois permitem atividades colaborativas que fazem parte do dia a dia dos jovens, e ao mesmo tempo, promovem discussão, análises críticas, fomentam a criatividade dos alunos e outras competências como organização e capacidade.
Para Cesár Nunes, nos meios e redes sociais como You Tube, Google Docs, Orkut, Twitter e Facebook, os usuários também são autores. Dessa forma, os educadores podem fortalecer a questão da autoria dos trabalhos estudantis. "Esse tipo de trabalho, com foco no aluno, resgata o papel de protagonismo dessas pessoas. Isso é muito importante para a varolização do indivíduo e a construção de cidadãos melhores", acredita o professor.
As comunidades carentes ainda possuem bolsões de tecnologia, porém ainda de acordo com o especialista, é possível sanar esse tipo de problema adequando as ferramentas utilizadas de acordo com a realidade de cada ambiente. "A escola pode ser um lugar de resistência ou de reinvenção social. É preciso ser ativo para construir uma nova realidade de ensino em nosso país", diz Joe Garcia, doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Jornalista, sociólogo e um dos principais pesquisadores em Comunicação Social do país, Muniz Sodré também defende a utilização das novas tecnologias na sala de aula. Para ele, porém, não basta agregar tecnologia ao quadro negro, é preciso saber utilizar esses instrumentos. É necessário perceber quais as mudanças que essas tecnologias trazem para ideia de educação, onde o jovem começa, de certa maneira, a relativisar o professor e educar-se a si mesmo.
"Toda essa tecnologia convoca um tipo de educação para a diversidade, por tanto, um outro tipo de leitura do mundo. Ser contra a tecnologia é burrice, pois isso é um produto dos homens. A grande tarefa, hoje, é encontrar e desenvolver as formas de iniciar os estudantes nessas novas formas de aprendizagem", acredita o sociólogo.
Para Muniz Sodré não é verdade, por exemplo, que os jovens hoje, têm menos interesse pela leitura. O que acontece, é que o jovem lê de modo diferente de antigamente. "Quando vê um video-clipe na tv, quando vai ao cinema, vê novela, assiste a um filme, um cartaz na rua, lê um email ou procura um texto na internet também está lendo, aprendendo."
Talvez, o mais importante no que diz respeito à educação hoje, seja fazer com que, de algum modo, essa pluralidade de textos entre na escola. A solução mais uma vez se confirma: aproximar os dois mundos - dos jovens e do ensino. "Hoje, existem muitos jogos educativos de várias disciplinas e assuntos que são verdadeiras aulas. Esses materiais devem ser usados, mas em ambientes pedagógicos e não desordenadamente", declara. O problema não é ter muita informação, mas saber trabalhar com elas.
Crise de valores é outro obstáculo ao aprendizado
Mas não são apenas as novas tecnologias que devem entrar na sala de aula. Segundo o doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Joe Garcia, a dificuldade para lidar com jovens se deve à falta de autoridade que os educadores têm sobre os alunos. "As famílias não estão mais conseguindo fazer com que seus filhos cheguem à escola com valores éticos, morais e civis", afirma.
Esta é uma crise de autoridade presente não só na escola, mas em todos os segmentos da sociedade. Porém, segundo o especialista, ao contrário de gastar esforços para identificar os culpados, é preciso se ater na busca de soluções. "Os professores devem se envolver com os alunos, pois a autoridade envolve vínculos emocionais, e devem interiorizar neles tais valores", acredita.
Ainda segundo Joe Garcia, este é um grande obstáculo a ser vencido, pois muitos professores não sabem se relacionar com os estudantes. "Os cursos de licenciatura ainda não conseguem passar ensinamentos quanto à liderança, relacionamento e autoridade e outras competências comportamentais. Os profissionais saem da graduação despreparados", critica.
Para o doutor em Educação, a construção da disciplina nas escolas é algo que se constrói em conjunto, ativamente. Para ele, é importante que os educadores diminuam as críticas, tentem trabalhar o que esses jovens têm de bom, seus pontos positivos, e identifiquem aspectos em comum com a vida dos estudantes.
"Toda essa tecnologia convoca um tipo de educação para a diversidade, por tanto, um outro tipo de leitura do mundo. Ser contra a tecnologia é burrice, pois isso é um produto dos homens. A grande tarefa, hoje, é encontrar e desenvolver as formas de iniciar os estudantes nessas novas formas de aprendizagem", acredita o sociólogo.
Para Muniz Sodré não é verdade, por exemplo, que os jovens hoje, têm menos interesse pela leitura. O que acontece, é que o jovem lê de modo diferente de antigamente. "Quando vê um video-clipe na tv, quando vai ao cinema, vê novela, assiste a um filme, um cartaz na rua, lê um email ou procura um texto na internet também está lendo, aprendendo."
Talvez, o mais importante no que diz respeito à educação hoje, seja fazer com que, de algum modo, essa pluralidade de textos entre na escola. A solução mais uma vez se confirma: aproximar os dois mundos - dos jovens e do ensino. "Hoje, existem muitos jogos educativos de várias disciplinas e assuntos que são verdadeiras aulas. Esses materiais devem ser usados, mas em ambientes pedagógicos e não desordenadamente", declara. O problema não é ter muita informação, mas saber trabalhar com elas.
Crise de valores é outro obstáculo ao aprendizado
Mas não são apenas as novas tecnologias que devem entrar na sala de aula. Segundo o doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Joe Garcia, a dificuldade para lidar com jovens se deve à falta de autoridade que os educadores têm sobre os alunos. "As famílias não estão mais conseguindo fazer com que seus filhos cheguem à escola com valores éticos, morais e civis", afirma.
Esta é uma crise de autoridade presente não só na escola, mas em todos os segmentos da sociedade. Porém, segundo o especialista, ao contrário de gastar esforços para identificar os culpados, é preciso se ater na busca de soluções. "Os professores devem se envolver com os alunos, pois a autoridade envolve vínculos emocionais, e devem interiorizar neles tais valores", acredita.
Ainda segundo Joe Garcia, este é um grande obstáculo a ser vencido, pois muitos professores não sabem se relacionar com os estudantes. "Os cursos de licenciatura ainda não conseguem passar ensinamentos quanto à liderança, relacionamento e autoridade e outras competências comportamentais. Os profissionais saem da graduação despreparados", critica.
Para o doutor em Educação, a construção da disciplina nas escolas é algo que se constrói em conjunto, ativamente. Para ele, é importante que os educadores diminuam as críticas, tentem trabalhar o que esses jovens têm de bom, seus pontos positivos, e identifiquem aspectos em comum com a vida dos estudantes.
Professores têm procurado aprimorar o ensino em sala de aula
Mas importante que procurar e descobrir soluções, é colocá-las em prática. E apesar da demora, tais ações começam a ser executadas pelos educadores. Professora de Matemática do quinto ano (antiga quarta série), Silvia Regina Araújo concorda que os estudantes de hoje agem totalmente diferente dos estudantes de anos atrás, porém procura se adequar a essa nova realidade.
Lecionando há mais de duas décadas, a professora afirma usar técnicas lúdicas e jogos para tornar a aula mais interessente, porém critica o modelo de ensino atual. "A educação diz que nós temos que mudar, temos que inovar nossos métodos, mas quando chega na hora da prova do vestibular, o que é que cai? O tradicional. Se alguém vai fazer um concurso, o que é que cai? O tradicional. O professor acaba se acomodando, pois esses exames não têm acompanhado as novas abordagens de ensino", acredita.
Professora há 15 anos de Inglês, Marta Soares tenta melhorar o relacionamento com seus alunos não só com utilização destas ferramentas, mas também acompanhando-os mais de perto, se envolvendo mais com eles. "Busco sempre dar aulas dinâmicas e que se aproximem da realidade do aluno. Hoje, é preciso ter muito amor ao que se faz", afirma a professora que dá aulas do jardim dois até o último ano do ensino fundamental.
Apesar da influência da internet, a coordenadora de uma escola particular, Cândida Ferreira acredita que o que mais prejudica o ensino nos dias de hoje, é o não apoio dos pais. "Os pais estão dando bem menos apoio aos alunos do que há duas décadas atrás, quando comecei a trabalhar. As escolas sempre tiveram crianças levadas e com problemas de comportamento. Isso não é algo novo, mas eu acho que hoje eles estão sem limites. A educação familiar está caindo muito e isso tem se refletido na escola também", afirma.
Lecionando há mais de duas décadas, a professora afirma usar técnicas lúdicas e jogos para tornar a aula mais interessente, porém critica o modelo de ensino atual. "A educação diz que nós temos que mudar, temos que inovar nossos métodos, mas quando chega na hora da prova do vestibular, o que é que cai? O tradicional. Se alguém vai fazer um concurso, o que é que cai? O tradicional. O professor acaba se acomodando, pois esses exames não têm acompanhado as novas abordagens de ensino", acredita.
Professora há 15 anos de Inglês, Marta Soares tenta melhorar o relacionamento com seus alunos não só com utilização destas ferramentas, mas também acompanhando-os mais de perto, se envolvendo mais com eles. "Busco sempre dar aulas dinâmicas e que se aproximem da realidade do aluno. Hoje, é preciso ter muito amor ao que se faz", afirma a professora que dá aulas do jardim dois até o último ano do ensino fundamental.
Apesar da influência da internet, a coordenadora de uma escola particular, Cândida Ferreira acredita que o que mais prejudica o ensino nos dias de hoje, é o não apoio dos pais. "Os pais estão dando bem menos apoio aos alunos do que há duas décadas atrás, quando comecei a trabalhar. As escolas sempre tiveram crianças levadas e com problemas de comportamento. Isso não é algo novo, mas eu acho que hoje eles estão sem limites. A educação familiar está caindo muito e isso tem se refletido na escola também", afirma.
fonte: Folha Dirigida
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